25 junho 2007

Porto, noite de S. João







Mais uma vez, lamento não ter ido ao S. João do Porto. Quando me apercebi que este ano até seria o mais propício a uma deslocação, já que a noite do santo foi de Sábado para Domingo, ainda fiquei mais lastimosa. O meu filho pedia-me: "podemos ir, mãe?", em resposta à minha constatação tardia (típica de quem não tem de escrever a data diariamente). Mas, porque a filhota é ainda bebé, desta vez não foi possível improvisar uma partida súbita rumo à Invicta.

Há muitos anos, não perdia uma noite de S. João passada no Porto. Bem, na verdade não perdia ocasião nenhuma para ir ao Porto. Era lá que passava as férias, rodeada de primos e primos dos primos ("a primalhada toda", como dizíamos, ou, noutra versão, "primos esquerdos", já que não eram direitos), tios verdadeiros e emprestados, sobrinhos, irmão, cunhada e amigos.

O Porto é a minha terra do coração. Quem me conhece sabe isso. Nasci em Lisboa, vivi sempre na chamada "linha do Estoril" e, à falta de terra onde ir nas férias e períodos festivos, adoptei o Porto. Outras terras me encantam, mas nenhuma como esta. É a terra do meu pai e de toda a família do lado paterno.
O S. João do Porto é uma das minhas recordações mais antigas e mais saudosas. O espírito festivo, a brincadeira com o alho-porro ou o martelo, a caminhada das Fontaínhas ou outro ponto no centro até à Foz, a senhora que perguntava "estão a dar?" enquanto a minha tia agarrava a caixa de cartão com gelados que a vendedora lhe entregou por ser mais prático, já que éramos muitos e o número de gelados comprados reflectia isso mesmo. O fogo de artifício, fascinante e assustador para uma menina pequena.
Nos primeiros anos, na companhia dos meus pais, tios e primos, depois já só os primos e amigos, numa directa de muitos kilómetros.
No futuro, será o regresso, na companhia dos filhos, a quem quero transmitir este sentido de pertença. A uma família, a um local, a uma tradição que faz parte da identidade nacional.
Até sempre e até já, Porto.
Porto da minha alma.









7 comentários:

SOBE E DESCE disse...

Começa a ter cor. A Inês está à espera e eu sem paciência hoje.

Anónimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.

Unknown disse...

Eu sou suspeita p falar porque AMO o Porto e adoro o S João...Adoro os manjericos, os alhos-porros e até mesmo as marteladas que nos deixam a cabeça a latejar no final de uma noite comprida !...
Mas adorar, adorar mesmo, adoro "alfacinhas" a falar assim do Porto : com tanta paixão !
És o máximo !
Bj

Anónimo disse...

Nunca fui ao S. João do Porto. Passei o S. João em Braga há muitos anos. Acho que eles, pelo manos na altura, tinham uma certa luta para ver qual o melhor.
Em Braga fazem no dia de S. João uma representação da visita de Maria a sua prima Santa Isabel onde a uma certa altura apareceu o S. João a comer uma banana, com uma chupeta já da Chico pendurada ao pescoço e aos grito a chamar pela mãe e uma irmã que comia um gelado que ele também queria. Foi girissímo!...
Da

Anónimo disse...

Eu continuo a ter como favorito o S. António ou não fosse eu a chamada Alfacinha. Os bairros populares (Alfama, Bica, Madragoa,etc) as marchas, as sardinhas (neste dia sabem melhor), os manjericos (a preços proibitivos), os bailaricos, a alegria das pessoas e principalmente a energia contagiante da cidade que tanto adoro.

Filoxera disse...

À Maria José: A adoração é mútua. Quanto ao Porto, não é só dos que por aí vivem. É de todos, sobretudo dos que apreciam essa cidade, como eu.

Ana Magalhães disse...

Por falar em S. João, se cá vierse diz. Desta vez não vou perder um abraço teu. Beijos, gosto de ti por inteiro!

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