19 setembro 2011

Afetos não são depósitos a prazo


Não basta uma lembrança anual, por ser Natal, para alimentar uma amizade. Ou um período de grandes demonstrações verbais e carinho, que depois não continuam, para se viver um amor.
Os afetos não são depósitos a prazo, em que se investe uma vez e se espera daí vir a retirar dividendos.

16 setembro 2011

Zona de conforto? Acho isso a maior das secas!


Há tempos, uma amiga referia-se à sua zona de conforto, expressão que se tornou frequente nos últimos tempos.
Começo já por dizer que me deixam desconfortável, estas palavras. Pelo que, quem quiser, pode continuar a ler este post, quer se identifique ou não com esta atitude, mas desde já sabendo que não estou para meias medidas (podem botar abaixo à vontade, como sempre foi uso neste espaço).
Ora bem, se a vida não é confortável, que história vem a ser essa de zona de conforto, alguém me explica?
A vida é feita de decisões, escolhas, fracassos, sucessos, altos e baixos. Avanço para cada momento de peito aberto, ciente da responsabilidade que tenho sobre os meus passos.
Avanço, arrisco, nem sempre corre bem, mas… é a vida.
Não me sentiria viva se me tivesse calado quando outros se calaram. Não me sentiria inteira se não tivesse ousado. Não me sentiria mulher se não tivesse amado. Não me sentiria consciente se não tivesse arriscado. Não me sentiria bem se não me tivesse empenhado.
Quando vivo, faço-o por inteiro. Acerto. Erro. Alegro. Magoo. Congratulo-me. Arrependo-me.
Mas não por não ter vivido.
Disse a essa amiga, a quente, como normalmente faço, “Zona de conforto? Acho isso a maior das secas!”
Continuo a dizê-lo, a frio:
A zona de conforto deve ser um desconforto e pêras...
Vida sem risco?
Lobotomias como auto-defesa?
Grande desconforto. Grande tédio. E não sei se resulta...”
 Eu sou de arriscar. E sabem? Se morresse agora, sentia que tinha valido a pena...

13 setembro 2011

Reinicia amanhã a escola da minha filha e, no dia seguinte, a do meu filho.
terminadas as férias, com saldo mais que positivo na parcela da diversão (feita de muita praia, amigos e diversidade de programas), sabe-me bem antever o ano que vamos agora encetar.
Educar é uma responsabilidade capital.
Como mãe em constante aprendizagem, sei que educar é dar carinho, inculcar princípios, incentivar a auto-estima, apontar direcções, estimular a criatividade, ensinar a solidariedade, oferecer variedade cultural nos programas familiares, promover o convívio com amigos e comunidade, acompanhar.
Empenho-me diariamente em prosseguir todos estes aspectos, apenas lamentando não poder fazê-lo a mais vasta escala. Apercebo-me que tantas e tantas crianças não têm os horizontes que tento proporcionar aos meus filhos, muitas vezes com dúvidas sobre a melhor opção, mas decidindo em função do que penso ser melhor para eles, guiada pelo coração.
Ter filhos implica ser responsável por eles, o que não se limita a dar-lhes alimento. Há que alimentar-lhes o espírito.
A interacção entre a família e a escola parece-me essencial no desenvolvimento de seres humanos mais completos e satisfeitos.
Neste ano, ao contrário do que aconteceu no anterior, espero poder colaborar mais activamente na educação de outras crianças. Se já era representante dos encarregados de educação de uma turma e me tinha disponibilizado para tratar da biblioteca da escola e ajudar a levar a turma do meu filho à natação (proposta que, infelizmente, nem foi digna de resposta), este ano serei a representante dos encarregados de educação das turmas do pré-escolar na escola da minha filha, e penso que aqui a minha oferta de tempo para colaborar com as educadoras será levada mais em conta. Os cortes orçamentais e o baixo astral da população podem limtar os agrupamentos escolares, mas se alguns de nós, com tempo disponível, estivermos dispostos a fazer algo mais em colaboração com quem já tanto faz pelos filhos de todos, os alunos sairão beneficiados.
Costumo dizer "motivação é tudo"- e gosto de pôr em prática este lema.

08 setembro 2011

Um toque de canela



Uma história acerca de como a palavra gastronomia contém a palavra astronomia.
Uma história de amor. De como o amor é algo tão forte que perdura no tempo, independentemente da distância e das circunstâncias de vida.
Ou de como os conflitos históricos dos povos ditam a história de uma família.
Uma viagem, nossa, no tempo, de volta ao tempo da deportação dos gregos de Istambul.
Um retorno, do protagonista, ao ambiente e aos aromas da sua infância, ao sótão onde o avô lhe ensinara astronomia recorrendo a especiarias, em lições tão ternas quanto sensoriais, para sempre gravadas na memória de Fanis.
Uma lição sobre como perdemos oportunidades quando deixamos que algum receio nos iniba.
Quando nos esquecemos de deitar um toque de canela na nossa própria vida.
Um filme de Tassos Boulmetis, baseado em factos reais por este vividos, com uma banda sonora marcante, um estilo de humor que me lembra Almodóvar -numa versão mais subtil- e uma doçura de imagem que nos deixa a sensação de sobremesa na alma.

06 setembro 2011

Questões sobre livros

A Isamar lançou-me há dias um desafio, sobre livros. Aqui estão as minhas respostas.

1-Existe um livro que relerias várias vezes?
Existem, alguns. Mas a curiosidade leva-me sempre a ler aqueles que ainda não conheço.

2 - Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Sim. Se não gosto de um livro, não me obrigo a lê-lo.

3-Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
Só um? Não conseguiria escolher. Há situações na vida em que é demasiado redutor cingirmo-nos a uma unidade.

4-Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
Não me ocorre nenhum…

5-Que livro leste cuja «cena final» jamais conseguiste esquecer?
O Menino de Cabul, de Khaled Hosseini. Outros, certamente, mas de momento não me lembro.

6-Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual o tipo de leitura?
Tinha. Comecei pelos almanaques da Disney, as revistas Fungagá da Bicharada, os álbuns da Mafalda (Quino) e dos Estrumpfes (Peyo), depois Alice Vieira…

7-Qual o livro que achaste chato, mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
A Sombra do Vento, do Carlos Ruiz Zafon. Porque queria perceber a razão de ser tão aclamado. O Perfume,  de Patrick Suskind, pela curiosidade em relação ao final.

8-Indica alguns dos teus livros preferidos.
Os Maias, de Eça de Queiroz, Gente Feliz com Lágrimas, do João de Melo, Um Amor Feliz, de David Mourão Ferreira, Equador e No Teu Deserto, de Miguel Sousa Tavares, A Filha do Capitão e O Códex 632, do José Rodrigues dos Santos, as diversas Crónicas, de António Lobo Antunes, Memorial do Convento, de Saramago, os de Garcia Marquez e de Isabel Allende, os da Susanna Tamaro, O Regresso, do Bernhard Schlink, e outro O Regresso, de Victoria Hislop, Por Quem os Sinos Dobram, de Hemingway e mais alguns, certamente, que não me ocorrem agora.

9-Que livros estás a ler?
A Obra Poética de David Mourão Ferreira, Poesias Escolhidas, de Pedro Homem de Mello, Trocando Olhares, de Florbela Espanca e Conhecer Uma Mulher, de Amos Oz.

10-Indica 10 amigos para responderem a este inquérito.
Nesta resposta vou inverter as regras do desafio, deixando a cada um dos amigos que por aqui passam a liberdade de responderem, se assim o quiserem…

03 setembro 2011

Das palavras que te deixo *


Ausculto-te a pele com este olhar
Que ri quando navegas comigo,
E no meu peito, teu eterno abrigo,
Nascem marés por desnudar.

Dos teus olhos desprende-se o mar
Em ondas que te banham o queixo;
E então, das palavras que te deixo,
Pintamos sonhos por inventar.

* título da autoria de uma amiga

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