26 dezembro 2010

Na nave do tempo, movida pela imaginação, parto em busca do banco das saudades.
Sim, o banco das saudades. Um local seguro onde as depositamos para sentirmos o seu valor, mais tarde.
Deixo-me guiar, levando-as comigo.
Deposito-as num lugar secreto. No meu íntimo.
E elas vão crescer, valorizar.
Sabes, falta valorizarmos o que sentimos.
Não o que pensamos; o que sentimos.
Seremos nós educados para sentir?
Sei que, quando recorrer a esse valor emocional depositado, ele responderá, como sei que os dedos com que toco piano nas teclas para compor este texto, serão os mesmos que te percorrerão, numa avaliação sensorial do valor da emoção. Os meus olhos, prontos para te gravarem na retina, fecham-se, por enquanto, revendo esse teu sorriso puro e precioso. Será com saudades que brindarei o nosso reencontro, perfumado de tanto .
Até lá, vou prosperando com todas as quimeras que aprendi a acarinhar.
E sei-me cada dia mais rica…

23 dezembro 2010

Neste Natal queria que fosse realmente Natal

Nada a deturpar o espírito de dedicação

Uma luz acendendo-se em cada um de nós

E ali permanecendo, estação após estação


Porque...

... Se o Natal fosse realmente dádiva, seria sensibilidade

... Se o Natal fosse realmente festa, seria família

... Se o Natal fosse realmente amor, seria partilha

... Se o Natal fosse realmente Natal, seria poesia



19 dezembro 2010

Não te sei, hoje

Sabes que não sairás de mim.

Desde o momento em que me vesti de ti, ficaste.

Moras em cada poro, respiras cada fôlego meu, és fonte de lágrimas, foz da dor que me acompanha.

E és a origem do sorriso com que brindo cada dia, lençol onde me deito a sonhar.

Mas hoje não consigo sentir-te.

Não há acordes de piano a vibrar dentro de mim, nem risos de crianças que me apaixonam pelos instantes da vida.

Está um silêncio opaco que não me permite ver-te.

Há uma chaga indizível, como se me tivessem lancetado o coração.

Sem nome. Arrepiante.

Porque hoje não te sei.

11 dezembro 2010

Procura-me nas marés da vida

Na busca poética de quem quer

Atrever-se numa emoção incontida

Descobrindo que há tudo para viver



Encontra-me no silêncio da canção

Que ecoa, num sorriso convertida

No vento que sopra, na inquietação

Em que navegas, numa rota proibida



Abraça-me nessa onda suave e lenta

De quem a toda a hora se reinventa

Pela paixão de velejar em águas quentes



Que, quando me abraças, o abandono

A que me dou é deleitoso qual sono

Dos amantes saciados, sorridentes

05 dezembro 2010

Num instante, eu embarco contigo

Em mais um voo sem hora marcada

Faço do momento apenas um novo agora

O corpo em chama, a mente libertada



Num ápice, o tempo desaparece

Soltamo-nos de roupas, limites e razão

Deitamo-nos num amor de quem não esquece

Que somos feitos de ímpeto, magia e paixão



Num momento, tudo se transforma em nós

O mundo inteiro pára, a vida evapora

Ficamos apenas tu e eu, refugiados, sós

Tudo o mais não tem lugar. Fica lá fora.


(foto do meu amigo ZR)

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