29 fevereiro 2012

Saudade



Saudade da tua pele na minha pele,
Bailado sedento de corpos inebriados
Esgotados de tanto saborear esse mel,
Licor de amantes embriagados.



Saudade do teu calor no meu calor,
Mãos dadas num brinde de harmonia,
Das tantas vezes em que, mais que amor,
O que fizemos foi pura poesia.



Saudade da tua vida na minha vida,
Do reencontro ansiado e intenso,
Quando me aninhavas nos braços, despida
E o tempo parava, por nós suspenso.

22 fevereiro 2012

De tanto estarmos sós


Deixo-me conduzir pelos teus passos,
Sombra que me persegue, vadia,
Rastro silencioso dum trilho de abraços,
Percepção vaga de presença em cada dia.
E sei que, se és vento, eu sou ventania.

Deixo-me ir, na direcção do teu olhar,
No embalo dos beijos que ainda ressoam em mim,
Memória duma época que não sei apagar;
Segredo doce que conservo, assim,
Como se fosses princípio, e eu fim.

Deixo-me ficar em nós,
Fantasia ousada de um amor louco,
Feito no tempo que desvendou a voz
Escondida num recanto meu, rouco,
De tanto nos querermos. De tanto estarmos sós…

13 fevereiro 2012

O meu poema tem o teu nome


Vivo um poema, que tem o teu nome
Escrito a quente, na pele agora tua
Em caligrafia lenta que consome
Carinho e desejo, numa dança nua.

Vivo um sonho, há muito ensaiado
No palco sublime da imaginação,
Onde um fluxo e refluxo enamorado
Unia dois corpos na ondulação.




05 fevereiro 2012


Aqueceste-me os dias
num tempo de afagos,
vestido de palavras,
nas vagas do momento.

Depois, veio o
s
i
l
ê
n
c
i
o,
o tempo incolor,
a ausência da pele.
E eu fiz-me às ondas
intocáveis.

Mergulhei num oceano vasto,
sombrio, desconhecido.
O frio do mar é agora o meu manto.
E eu já não aguardo sorrisos de areia;
antes voo em cada ocasional aragem.

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