23 dezembro 2013

Boas Festas


Um feliz Natal para todos os leitores e amigos do Escrito a Quente.
Se possível, em família, com harmonia e doçura(s).

08 dezembro 2013

As mães têm super-poderes


Tenho sete anos e acredito que as mães são como as fadas.
Conseguem tudo aquilo que nós não conseguimos.
Quando éramos bebés, as mães adivinhavam o que queríamos, mesmo sem falarem bebês.
Depois,  começamos a andar e magoamo-nos. As mães sabem sempre como nos reconfortar.
Se calha ser um trambolhão maior, a minha mãe até faz como nas histórias: abre as asas e lá vai ela; voa tão depressa, mas tão depressa, que chega ao hospital ainda antes da ambulância. Aconteceu isso quando o meu irmão partiu o braço na escola e outra vez, anos depois, quando precisou de pontos no sobrolho.
Sempre que estamos de apetites, as mães/fadas preparam a nossa comidinha favorita. Se a gula é enorme, lá vão elas desencantar um chocolate para nos adoçar o dia.
Lembro-me de quando a mãe ia ter comigo para declarar guerra aos meus pesadelos. Eles pareciam monstros enormes, daqueles bem ameaçadores. Mas ela, que até nem é muito grande, punha-os logo em sentido. E eu sabia que podia dormir sossegada o resto da noite, os sonhos maus não se atreveriam a vir novamente assustar-me.
Quantas vezes, a meio da noite, a nossa mãe/fada teve de mudar os lençóis por causa dum sonho em que eu pensava que estava na casa de banho e fazia mesmo xixi? Ou quando um de nós vomitava e tudo ficava sujo e malcheiroso: roupa de cama, paredes, chão?... eu acho que as mães conseguem porque têm super-poderes e não precisam e dormir quando isso acontece ou quando os bebés são daqueles que -como o meu irmão- não dormem nem deixam dormir.
Sei que elas nos passam uns dons para nós conseguirmos fazer tudo: apertar os atacadores, andar de patins, não chagarmos atrasados à escola mesmo se demorámos a levantar-nos… e fazem várias cosas ao mesmo tempo. Por exemplo, enquanto cozinham o jantar podem vigiar os nossos tpc… Para mim, está a ser difícil aprender a ler, mas a minha mãe vai levar-me a uma médica que combina com as terapeutas ensinarem-me alguns truques para eu descobrir as palavras que as letras me querem dizer.
As mães, mesmo sem emprego, fazem milagres. Eu sei que a minha por vezes anda cansada, até já a vi triste. Mas sorri sempre para nós e não deixa que nos falte nada: roupa, comida ou miminhos.
Agora, querem saber o que eu queria mesmo muito? Assim, tipo o meu desejo preferido? Era que os super-poderes das mães conseguissem mandar nos relógios. Pará-los ou adiantá-los. Eu queria que as horas passassem mais depressa quando estou a comer sopa de couves. Ou a arrumar os brinquedos. Mais do que tudo, adorava que a mãe pudesse parar os relógios quando estou no meio duma brincadeira que não me apetece interromper. Ou quando estou com sono de manhã. Ou durante as férias.
Ah, isso sim! Mãe com super-poderes, eu já tenho. Queria mesmo era ter uma com super-poderes sobre o tempo.

Poder ficar a dormir até que os olhos se abrissem com vontade de saltar da cama… Isso é que seria mesmo o melhor da história!

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