29 junho 2009

A nossa tarde de korta e kola

A mesa de trabalho

a técnica posta em prática
o que a B fez com a estrela recortada pela S

o peixe que a SM recortou
e o destino que o V lhe deu
a figura abstracta lindíssima que a B recortou


e o resultado desta figura nas mãos da S

parecia uma túlipa, o recorte do V

mas a E transformou-a numa venenosa :-)
era uma tesoura, H?

a O fez dela uma borboleta
parece mesmo a cabeça dum dinossauro, recortado pela SM

o G fê-lo mais humanóide

Muitas outras formas poderiam ter sido criadas. Fica para a próxima.











27 junho 2009

Exposição Korta e kola

Lançaram-nos o desafio há dias. Que a Biblioteca de S. Domingos de Rana tinha uma exposição muito gira. Depois já eram duas. Uma com pinturas de meninos do pré-escolar que se basearam em quadros de artistas como Picasso, Matisse, Miró, Van Gogh, etc, e recriaram-nos com efeito soberbo e jeito de autênticos talentos. Outra com recortes e colagens, com resultados surpreendentes.
Saboreámos ambas, pois quer eu quer o Vasco não só apreciamos exposições como nos deleitamos com tudo o que se nos apresente como belo.
Ao comentar com a Margarida, coordenadora da biblioteca, o quanto tínhamos gostado de ver as obras expostas, ela deixou-nos a pensar numa ideia: "nós podemos fazer um workshop aqui, se quiserem. Deve é ser um grupo não inferior a seis elementos, de preferência com número par de participantes".

Estava incutida a ideia. Dissemos logo às amigas com quem nos encontrámos de seguida, e estas ficaram também interessadas em pôr a ideia em prática. Faltava reunir o número de participantes. Telefona para uma, pergunta a outra e o projecto tanto parecia arrancar como empancar. Uns queriam, outros nem por isso. Chegámos, finalmente, ao número de oito interessados. Estava feito!

Apresentámo-nos no dia e hora combinados na biblioteca e a Margarida explicou-nos as regras.
Cada participante conserva um cartão grande e faz, num mais pequeno, um recorte de uma figura completamente livre. Os cartões mais pequenos são depois trocados directamente entre todos os participantes.
Quem recebe tem de colar na frente do cartão maior o que restou da figura recortada que lhe foi entregue e compor, de forma absolutamente espontânea, um quadro onde insira aquela figura.

Deixo aqui, para verem, os exemplos que estão expostos na biblioteca até ao dia 1.
No próximo post, verão os trabalhos resultantes da nossa experiência. Valeu a pena. E ainda estão a tempo de fazerem os vossos.








25 junho 2009

Paixão: livros

A minha relação com os livros é uma relação de paixão. Paixão, sim.
É de prazer, de sentidos que falo quando me refiro a livros.

Começa pelo título. Certos títulos prendem-nos de imediato, pela originalidade ou pela presença de alguma palavra que nos desperta um qualquer tipo de alerta.

Continua pelo aspecto da capa. Esta, pode ser atraente ou não. Há capas fascinantes, mas outras, não o sendo, podem, com a mesma capacidade, atrair-me e incitar-me a penetrar no interior do enredo que aguarda que o explorem.

Depois, há a própria narrativa. Isto se falamos de literatura. Há histórias que apenas me prendem ao fim de algumas páginas, outras, raras, revelam-se áridas e acabo por deixá-las. Talvez mais tarde me saibam a novo sabor, mais apetecível, que despolete o tal "clique".
E há os romances que me deixam refém desde a primeira frase. Amor às primeiras palavras. É o caso do livro que estou a ler, O Planalto e a Estepe, do autor angolano Pepetela.
Começa “A minha vida se resume a uma larga e sinuosa curva para o amor” e estou certa de que brevemente saberei como termina esta história de um amor impossível, que me leva de Angola à Mongólia, passando por Portugal, pela então URSS, pela Argélia, por Cuba e não sei se mais algumas paragens onde a minha imaginação gosta de se passear.
Adaptando a frase de Pessoa às circunstâncias: "ah, que bom ter bons livros para ler!".

22 junho 2009

Sê bem-vindo, Verão!

Traz-nos dias quentes, noites mornas inebriantes, muita luz, alto astral.
Brinda-nos com horas e horas de praia, jantares tardios e serões bem temperados.
Verão das amizades, de matar saudades, de programas diferentes, de esquecer o relógio.
Sem frio nem chuva, com um gelado aqui, uma construção na areia acolá.
Senta-te connosco na beirinha do mar, chapinha e deixa-te ficar. Até tarde. Bem tarde...

19 junho 2009

Parabéns por esta etapa, Vasco!

Está ultrapassado o primeiro desafio da vida do meu filho.
Venceu-o com brio, orgulhoso por cada letra aprendida, por cada cálculo resolvido. O cérebro ainda disperso nas imaginações dos seus seis anos, consegue, porém, concentrar-se e obter, na maioria dos casos, resultados excelentes nas diversas matérias.
Vibra com as visitas de estudo, aplica-se na ginástica, cantarola as canções aprendidas nas aulas de Música. O Inglês da escola vai-o aplicando em casa e pedindo que lhe ensine novas palavras. Nas aulas de Expressões, os desenhos espelham a infantilidade que eu aprecio, traduzem o que observa, os seus gostos, a Natureza.
Cheio de novos amigos, afirma que não quer sair desta escola para a que fica mesmo do outro lado da rua da nova casa. Desta vez, o desafio é para mim…
Uma coisa de cada vez. Hoje quero aqui deixar os parabéns ao meu vencedor. Provou, mais uma vez, que alia sensibilidade e inteligência, obtendo sempre os melhores resultados.

17 junho 2009

Coincidências

(a minha filha e o irmão)

Já uma vez me tinha referido, neste espaço, ao facto de na minha família haver diversos casos de irmãos com dezassete anos de diferença de idades, em sucessivas gerações.
Fi-lo num post que publiquei no dia do aniversário do meu irmão e até me referi ao facto de esta sucessão de coincidências dar azo a outro post.
Como o irmão dos meus filhos faz anos hoje, pensei: é hoje.
Assim, é hoje que vos relato as relação fraternas com diferença de dezassete anos que se registam à minha volta.
Começou na geração da minha mãe. Os meus avós tiveram oito filhos, dos quais quatro morreram precocemente na infância. Sendo o meu tio (sobre quem já tenho publicado posts acerca da sua vida em África) o mais velho, existiam entre ele e a minha mãe -a mais nova de todos- dezassete anos de diferença.
Eu própria nasci quando o meu irmão, filho da anterior mulher do meu pai, já contava dezassete anos.
E os nossos filhos também têm diferenças de 17 anos. No caso do meu irmão, tal não seria difícil, pois ele e a minha cunhada têm oito filhos. Dezassete anos separam a idade da terceira mais velha da do mais novo.
No caso dos meus, que são dois, a coincidência dá-se com os irmãos que têm do lado do pai. Se o meu filho tem menos 17 anos que a irmã mais velha, a minha filha tem praticamente a mesma diferença do irmão mais velho, a quem apenas uns dias não conferiram os 17 anos antes do nascimento da irmã.
A título de curiosidade: até o padrinho do meu filho tem dois filhos, no mesmo casamento, com este intervalo de idades.
Há ou não há coincidências?

14 junho 2009

Até um dia, Gírio!


Foram várias as viagens que empreendemos todos juntos. Um grupo de amigos que seguia os programas de viagens organizadas pelo meu pai numa época em que Gorbatchov abria as mentalidades e as portas da URSS ao turismo.
A notícia da morte de Manuel Gírio apanhou-me de surpresa. Nunca estamos preparados… apesar da distância no tempo, pois há muitos anos que o Alzheimer do meu pai nos fez apartar de uma série de amizades, não deixei de sentir a perda de mais um homem da cultura e do espectáculo português.
Espero que lá, nesse plano infinito, se reencontrem, ele, o meu pai, a Lucinda -que também connosco viajava com frequência- e aproveitem para pôr em dia temas políticos, culturais, familiares.
Lamentando não ter na minha posse nenhuma das letras que o Gírio costumava compor para as marchas de Campolide, percorri a internet em busca de elementos que me ajudassem a deixar-lhe uma homenagem merecida. Fui dar a um blogue , o Torre da Couraça, onde encontrei estas linhas. As primeiras são um poema da autoria deste amigo viajante, sendo as restantes a homenagem que o autor do blogue lhe dedicou, com as quais estou plenamente de acordo.

NA LINHA DO OESTE

Não tenho tempo a perder
Nem truques a ganhar
Nem frases para entreter
Nem promessas de embalar
...
Levo o meu rumo traçado
E um caminho para andar:
Deixar p'ra trás o passado
E só p'rá frente avançar.
...
-Quem hesita na partida
Ficará a hesitar
o resto da sua vida....
...
Eu quero seguir a rota
que o bom senso me indicou
ser tal qual como a gaivota
que pr'a trás nunca ficou.
...
- Vou embarcar no comboio
que a vida me destinou...
...
Vou p'la linha do Oeste
atrás da minha vontade
já num azul-celeste
vi o sol da Liberdade!...
...
Onde é que ficou a esp'rança
naquele Maio projectada?
quando é que de Abril se alcança
a promissora alvorada?
...
-E é do comboio que avança
esta lembrança mordaz;
«Ficou p'ra trás, ficou p'ra trás, ficou p'ra trás...»
...
Mesmo se o combóio parar
eu hei-de seguir viagem.
Aqui não me quero ficar
Não me falte a coragem!
Sozinho ou acompanhado
devagar ou a correr
não hei-de ficar parado
porque parar...é morrer!
...
O Manel não morreu, prosseguiu viagem. Porque só tardiamente tive notícia da sua partida, não estive lá, nesse derradeiro cais onde embarcou, só com bilhete de ida como sempre acontece, para dele me despedir com a promessa de que ainda um dia nos haveremos de encontrar para longas conversas sobre teatro e música.
Até lá fica a lembrança desse homem afável e educado, culto e sonhador, companheiro de Abril e de outras jornadas, como a do inesquecível Jornal de Alenquer onde saíu o belíssimo poema de que acima transcrevemos alguns excertos em sua homenagem. Esse poema havia sido dito no Sporting Clube de Alenquer num aniversário do jornal (1979) e toda a sala o apaludiu de pé.
O Manuel Gírio escreveu e encenou teatro. No teatro de Revista atingiu alturas que o levaram a ser representado por companhias profissionais. E quem não se lembra de todos esses espectáculos que puseram Alenquer a rir e a chorar? O Manel era igualmente um excelente letrista.
E é situando-o no palco, à boca de cena, agradecendo os aplausos pelo sucesso de uma vida, enquanto as cortinas lentamente se fecham e as luzes se apagam, a última imagem com que quero ficar dele. Até sempre Manel.

08 junho 2009

Aleluia

(foto minha)

Não foi milagre ressurgir, Senhor,
Num dia natural de primavera.
Tudo ressurge quando tem calor.
É por calor que toda a morte espera.


Milagre era acordar no inverno, era
Subir da cova frio como a dor,
E, com a neve nas dobras da quimera,
Mostrar a Madalena a carne em flor.

Contra a seiva da vida e a sua lei
É que valia a pena demonstrar...
Viver dentro da morte é que era um salto!

Assim, vejo-te apenas como sei:
Um corpo que parou de levedar,
E veio à tona ver o céu mais alto.

(Soneto de Miguel Torga)

05 junho 2009


Estou-me nas tintas para meias-tintas.
A vida é só uma e eu sei que metade é para acordar.
Por isso, vou recusar o supérfluo, deixar de lado o neutro e o assim-assim. Não quero mais superficialidades, meio-gás ou indefinições, incertezas e trivialidades.
Quero tudo. O esforço e o resultado. O gesto e a gratidão. O amor e a entrega. O sorriso que gera sorriso, o pensamento e a acção, a amizade a toda a prova.
Não abdico do futuro. É nele que me concentro. Será como um carrocel, onde a música será alegre, os amigos entrarão sempre que quiserem para saborear sucessos, partilhar afectos, praticar a telepatia.





03 junho 2009

Um dia destes...

(foto tirada com o meu telemóvel)

... juntámo-nos as três.
O local, ao ar livre, recebia-nos com uma música ambiente que não destoava do rumorejar da água batida a remos.
A refeição, variada e saborosa, acompanhava a conversa, sempre fluida e agradável, com risos aqui e sorrisos ali.
Há momentos que nos trazem bem-estar, que enriquecem os dias. Este foi um desses momentos. Porque o grupo era pequeno, mas bom.

01 junho 2009

Parabéns, Mafalda!


(o bolo de aniversário que fiz para a minha filha)

És a menina mais linda, mais alegre e mais endiabrada que conheço.
És aquela que cativa toda a gente, desde a rua a lojas, restaurantes e escolas. És o extremo da rebeldia e o carinho sem limites.
Todos dizem que és uma boneca, uma princesa, mas tu és uma força da Natureza. Que dança assim que ouve uns acordes musicais, que explode em ralhetes quando te contrariamos, que se impõe perante qualquer criança mais crescida.
És capaz de esgotar a paciência a um santo e consegues ser também a pessoa mais afectuosa que alguma vez conheci. Espontânea, radical, extrovertida, sempre irrequieta.
Que a vida te reserve as melhores coisas, te traga muito do que nos apazigua a alma e pouco do que fere cá dentro. Que vivas sempre rodeada de amor, como mereces.
E que eu te veja sempre sorrir. E rir. Gargalhar.
Hoje, dia da criança e dia teu, que fazes anos e assim serás sempre criança.

Muitos parabéns, filha!

(hoje, o meu "pai inglês" também faria anos, se não tivesse este mundo há pouco tempo. Vai haver uma cerimónia em Werrington, e o meu coração estará metade cá, metade lá)

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