29 novembro 2014

Campeonato regional de surf (Desporto Escolar)


Foi sobre rodas que os surfistas começaram o dia. 
Rolavam o tempo nos skates, enquanto decorria a reunião técnica para estabelecer os hits.
Éramos contagiados com harmonia que se consegue quando tantas pessoas se unem num momento desportivo com cor, música, sol e amigos de quatro patas.
A luz convidativa, as ondas admiráveis. Mais que tudo isto, era a minha praia, o meu filho em prova, que me faziam sorrir.
O Vasco devia ter surfado de manhã e participado na prova de skimboard à tarde, mas o mar obrigou a uma interrupção do surf dos iniciados. Acabou por fazer 3 provas durante a tarde.
Como mãe, esta sua primeira competição emocionou-me. O miúdo é muito "cool". O seu espírito competitivo é tranquilo, a adrenalina nem se denuncia. Faz os exercícios de aquecimento, observa os hits dos restantes competidores, atento às instruções do professor. Conversa pouco, mantém uma atitude serena. Gere os minutos, a ondulação, a corrente e o vento numa prestação em que dá o seu melhor. E goza o tempo entre amigos.
Amanhã há mais.

12 novembro 2014

Uma nova escola, finalmente!




Hoje começa uma nova fase para a nossa família.
Algo por que ansiava há tempos aconteceu subitamente.
Mesmo quando desejamos uma grande mudança, mesmo quando vemos as alterações como algo positivo, uma parte de nós fica nostálgica.
O entusiasmo não demite o vínculo emocional, embora saibamos que outro será criado.
Ontem não tivemos tempo de nos despedirmos na escola da Mafalda. Havia consulta e terapia e o relógio jogava contra. Ontem os meus olhos ameaçavam extravasar.
Hoje regressaremos, ao final do dia, à escola que foi nossa por sete anos. Uma segunda casa, onde nos integrámos, fizemos amigos, aprendemos, rimos, chorámos, comemorámos.
Eu deixarei de ser a representante dos Enc. Educ. O Vasco deixará de ajudar nos dias de festa. A Mafalda deixará de ter contacto diário com a turma que estava com ela pelo 3º ano.
Deixamos uma fase. A pele arrepia-se, as emoções tomam conta de nós por momentos.
Inauguramos outra fase. Novas rotinas, um novo percurso, amigos novos. Aprendizagens, nomes, hábitos, ritmos, tudo se renova.
Estamos sempre a evoluir.
Este mês, todos nós arranjaremos uma forma, no nosso interior, para aconchegar o que queremos conservar destes sete anos. E descobriremos um espacinho para integrar as novas experiências e caras que farão parte das nossas vidas.
Sempre a amadurecer.

01 novembro 2014

Pão-por-Deus


Eram cinco.
Vinham com mochilas e sacos para o pão-por-Deus. Ou "doçura ou travessura". Rapidamente conciliaram os conceitos. Não importava a designação, desde que juntassem umas guloseimas que lhes premiassem o tempo passado a tocar às campainhas da vizinhança, entre comentários humorados e conversas menos risonhas.
Eram cinco, todos rapazes, todos da mesma escola.
Pousaram as mochilas no hall, saudaram-me com à-vontade e vozes de criança, beberam água, receberam uns doces, negociaram as horas para o regresso e saíram.
Gosto de ir conhecendo os amigos do Vasco. Os da actual turma, os da do ano passado.
Gosto de ver repetir-se a cena de há uns anos largos, quando a casa dos meus pais foi, tantas vezes, o ponto de encontro da turma.
Aprecio a atitude destes miúdos. Educados, uns mais conversadores que outros, cuidadosos no diálogo. Reservados ou extrovertidos.
São rapazes. São simples. A vida é o que é, não são floreados nem declarações de amor a torto e a direito. Companheirismo e jogos, convívio em casa e na rua e skate. Tá-se bem!
No final da ronda, a reunião tornou a ser cá em casa. Feitas as contas, na sala, repartiram o produto do pão-por-deus. "A senhora gosta de caramelos de café?" - perguntou o Henrique. Ainda sobrou para mim. Sou uma sortuda!
Mais copos de água, votos de bom fim de semana e vi-os descerem as escadas.
Deixaram sorrisos e uma sweat esquecida.
É bom estar entre miúdos, diariamente.

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