17 abril 2018

17 de Abril

17 de Abril foi, durante muitos anos, dia de festa. A dobrar.
Era o aniversário do meu pai e o data que os meus pais escolheram para casar, após uma longa união.
Era dia de casa cheia ou de família chegada. Mas sempre de comemoração.
Cartões, presentes, surpresas ou mesas compridas com muitos copos e talheres, decoradas com todo o cuidado e rodeada por numerosos convivas.
A minha mãe adorava cozinhar, fazer bolos e receber. O meu pai, mais reservado, saía do casulo quando era anfitrião e entoava saudações que terminavam em gargalhada geral.
Guardo muitas memórias doces desses tempos. Recordo o bolo em feitio de garrafa de “champagne” num “frapé”, num tempo em que ainda não se usava a pasta de açúcar na decoração de pastelaria. A minha mãe, que fora aluna da escola hoteleira, descobria sempre um modo de dar forma ao que pretendia.
Agora, não há aniversariante nem casa cheia. Nem bolo ou gargalhadas.
Existem as minhas memórias e uma sensação de nostalgia ao longo do dia.
Abril é um mês marcante. Embora tudo seja marcante nesta fase, ainda recente.
Sorrio, um sorriso triste, enquanto me lembro que eles gostariam que eu fizesse isto mesmo: lembrá-los, e aos momentos melhores que vivemos enquanto estávamos todos.

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