12 janeiro 2015


Meto-me nestas coisas porque gosto.
Gosto de saber de perto o que se passa na escola e na turma de cada filho, saber quem são os pais dos colegas, estar a par dos projectos e dos défices de cada estabelecimento, conhecer ser reconhecida pelos professores e os elementos da direcção da escola.
Além de tudo isto, gosto de encontrar pessoas e debater ideias.
Mas há momentos, destes relacionados com o meio escolar, de que não gosto.
Como em certas reuniões com os encarregados de educação.
Há mães/pais de todos os estilos. Os convictos de que os filhos são anjinhos. Aqueles que projectam nos educandos os objectivos que não alcançaram. Os que, por qualquer questãozinha reclamam a presença do professor tal, porque "coitadas das crianças", os que não devem deixar os miúdos ter palavra lá em casa, aqueles que se julgam o centro do mundo e desejam que a reunião tenha como eixo a sua situação particular.
E há os que sabem comportar-se e os que não.
Ontem, questionei-me se continuarei a ser a representante dos encarregados de educação. Algo que tenho feito ao longo dos últimos cinco ou seis anos lectivos. Tive dificuldade em aceitar que cada um falasse de rompante, sem que a directora de turma fosse dando a palavra aos presentes. E foi confrangedor agir como Kruschev. Não com um sapato, mas com uma mão na mesa, afirmando que já os deixara falar; agradecia que não me interrompessem.
Parece que é preciso educar pais. A mim, basta-me (e, por vezes, parece demasiado exigente) educar os meus filhos.
Não concordo com a confusão de valores a que venho assistindo.
Felizmente, ainda vejo mães e pais de mente aberta. Que não culpam ou exigem a presença dos professores, que não tiranizam nem apaparicam os miúdos, que se questionam e são responsáveis.
Todos aprendemos uns com os outros. Nem todos o sabem.

1 comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Mudar comportamentos não é um acto isolado...
...mas se desistir deixa de fazer parte dos que persistem.

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