27 maio 2013

Vertigem Galopante


Sob as coxas com que te cinjo e ensino,
És sela quente onde o meu querer se agita;
Alazão bravo sobre o qual me inclino,
Boca entreaberta em gula infinita.
 
Traças com a língua um trilho que desperta
Em mim o cio bêbado de fêmea acesa.
Monto-te livre, vibrante, aberta,
Enquanto me domas, nas tuas mãos presa.
 
Somos corcéis trotando contra o vento,
Esporeando-se em loucura repentina,
Cavalgamos, rédeas soltas, ao relento,
No peito o fogo, nas tuas mãos a crina.
 
Investimos todo o fôlegoa na corrida,
Vertigem galopante, desenfreada
E serenamos da derradeira investida
Na mansa plenitude da madrugada.
 
 

1 comentário:

A.S. disse...

O poema cavalga
sobre o teu corpo nú,
de amor sem tino,
sem dor… sem nexo
àvido de sexo
em sereno desatino.

Na praia do teu corpo
há um vento sem destino
sem porto, sem cais,
a soprar por onde vais...

Beijos!
AL

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