(imagem retirada do blogue esic.3kta.net)
Há um ano, publiquei um post com este mesmo título.
Para quem não o leu, pois na altura este blogue tinha menos leitores, deixo aqui o link, que os conduzirá a um dos meus textos impregnados de saudade:
http://escritoaquente.blogspot.com/2007/09/dia-mundial-da-pessoa-com-doena-de.html
Alzheimer é uma doença colectiva, uma doença familiar, sobretudo.
Porque afecta não só a pessoa que dela padece como também os seus familiares e amigos.
É um pesadelo latente no dia-a-dia; garanto que, durante os dias, anos, de vida do meu pai em que a doença já dele tomara conta, não passou um momento em que não fizesse sentir no mais íntimo de mim mesma. E é um pesadelo sem fim, pois ainda hoje o sinto: sinto-o na saudade, no sentimento de revolta de quem se sente roubada por ter apenas, durante anos, um corpo sem a personalidade que o identificava como meu pai. E sinto-o na minha própria maneira de estar na vida. Muito mais sofrida, muito mais envelhecida, mas capaz de valorizar muito mais todas as pequenas coisas boas que estão ao nosso alcance.
A Doença de Alzheimer começou por me arrebatar a gargalhada, mais tarde roubou-me o meu pai, arrebatou o avô da Vasco, enegreceu a minha gravidez da Mafalda.
Mas não me surripiou esta necessidade premente de comunicar, nem o impulso de sensibilizar toda a gente para esta doença.
Para quem não o leu, pois na altura este blogue tinha menos leitores, deixo aqui o link, que os conduzirá a um dos meus textos impregnados de saudade:
http://escritoaquente.blogspot.com/2007/09/dia-mundial-da-pessoa-com-doena-de.html
Alzheimer é uma doença colectiva, uma doença familiar, sobretudo.
Porque afecta não só a pessoa que dela padece como também os seus familiares e amigos.
É um pesadelo latente no dia-a-dia; garanto que, durante os dias, anos, de vida do meu pai em que a doença já dele tomara conta, não passou um momento em que não fizesse sentir no mais íntimo de mim mesma. E é um pesadelo sem fim, pois ainda hoje o sinto: sinto-o na saudade, no sentimento de revolta de quem se sente roubada por ter apenas, durante anos, um corpo sem a personalidade que o identificava como meu pai. E sinto-o na minha própria maneira de estar na vida. Muito mais sofrida, muito mais envelhecida, mas capaz de valorizar muito mais todas as pequenas coisas boas que estão ao nosso alcance.
A Doença de Alzheimer começou por me arrebatar a gargalhada, mais tarde roubou-me o meu pai, arrebatou o avô da Vasco, enegreceu a minha gravidez da Mafalda.
Mas não me surripiou esta necessidade premente de comunicar, nem o impulso de sensibilizar toda a gente para esta doença.
16 comentários:
Aqui em casa em grande (total) parte por causa da minha mulher, voluntária militante estamos sensibilizados para esta doença. Queria apenas acrescentar que é muito importante que isso aconteça dado que como diz e muito bem é uma doença colectiva e devemos estar preparados. Não para sofrer por antecipação mas para poder ajudar e reagir da melhor forma ...
Abreijos
Fernando
Li o do ano passado e leio este e aqui te deixo um abraço apertadinho.
Bom domingo e beijinhos
Linda Amiga:^
Um texto doce de alerta e de atitude real muito significativa pela solidadiedade e empenho para com as pessoas sofredoras.
É linda!!!!!!!!!!!!!!(Desculpe!)
"...A Doença de Alzheimer começou por me arrebatar a gargalhada, mais tarde roubou-me o meu pai, arrebatou o avô da Vasco, enegreceu a minha gravidez da Mafalda.
Mas não me surripiou esta necessidade premente de comunicar, nem o impulso de sensibilizar toda a gente para esta doença...."
OBRIGADO por ser como é e pelo valor profundo que existe em si.
Parabéns sinceros pela sua amizade.
Tem um vaor imenso.
beijinhos de respeito, estima e consideração pela beleza da sua compreensão e divulgação de mensagens pertinentes e de imenso interesse de profundo significado
p.pan
Normalmente as pessoas só se lembram de ser solidárias, quando o problema lhes bate à porta, vitimando um familiar.
Muito oportuno este alerta.
É, sem dúvida, uma doença terrivel de grande sofrimento, que ataca não só quem a adquire como todos os que o rodeiam!...
Beijocas grandes
Olha, então talvez te interesse esta notícia. Tenho a maior das penas de não poder ir, porque vou estar fora de Lisboa, mas já me prometeram outras datas para este tipo de voluntariado.
""Necessitamos de ajuda no Domingo dia 28 Setembro.
Iremos organizar um evento com 25 doentes de Alzheimer e necessitamos de ajuda para plantar 25 árvores e cortar heras que estão a prejudicar os cedros (cupressus lusitanicus) na zona da Peninha - Sintra.
Estas actividades serão realizadas em parceria com doentes de Alzheimer pelo que é muito importante a ajuda e interacção entre o voluntário e o doente.
Caso queira ajudar-nos, pedimos para trazer uma tesoura de poda ou uma enxada ou sachola: luvas de jardinagem; um garrafão de plástico de 5 litros de água"
Papa-Léguas:
Contactar Rua Conde Sabugosa, 3F
1700-115 Lisboa
site: www.papa-leguas.com
mail: geral@papa-leguas.com
Tel: 218452689 Fax: 218452693
Eu lembro do post. E sei infelizmente como é. Já assisti um familiar. E o avô da minha nora também se foi com essa doença.
Um abraço
Li-te há um ano, e torno a fazê-lo hoje.
Penso que ninguém está preparado para este tipo de doença, mas é preciso lembrar que existe e que pode afectar qualquer um de nós.
Beijinhos
Também postei sobre o mesmo tema, mas o teu post está fantástico, muito informativo e com muita sensibilidade...
Os que partiram estarão a olhar por nós de certeza onde quer que estejam...
Muitos beijinhos, Filoxera!!!
Infelizmente não podemos vencer essa e outras doenças.
Beijinho de consolação.
E uma doença social tb, se a sensibilidade e o egoísmo não fosse tb doença... Ignoramos tantas vezes os males dos que nos rodeiam...
e, lamentar não basta precisamos de ter uma sociedade mais interessada + sensível...
beijinhos das nuvens
A par do cancro, a que mais me preocupa. mas há que saber lidar com ela, e dar ao doente o máximo de conforto :)
Também só agora li o post de há um ano. Um testemunho muito importante.
Beijinhos
Tiago.
Bem Haja por escreveres a quente!
Sei o que te vai na alma e tão bem compreendo o teu sofrimento ...
Acho apesar de tudo que a par de uma certa revolta que uma doença destas nos proporciona, tem o condão de nos fazer melhores e de nos por a pensar na fragilidade da vida. Há pessoas que passam pelo mundo de nariz empinado, sem olharem para o lado, sentindo a dor e o sofrimento que connosco passeia pelas ruas.
Obrigada por nos ter feito pensar mais uma vez e nos ajudar a percorrer o caminho certo.
Se entender visite-me e quem sabe poderemos manter uma certa amizade.
Umabraço
Licas
Licas:
Não posso aceitar o teu convite
;-(((
é que não deixaste hiperligação e não sei onde moras nesta blogosfera..
Filoxera num post de utilidade pública. Boa garota!
Um beijo pra você e os pequenos "terroristas!"
Li este post bem como o de há um ano atrás e fiquei imensamente comovida. Estou muito motivada para compreender esta e outras doenças semelhantes por experiências pessoais e por isso deixo um grande abraço.
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