16 setembro 2008

Primeiro ano


15 de Setembro. Nova etapa na vida do meu filho. Nas nossas vidas.

O Vasco foi para o infantário aos quatro meses. Eu ainda amamentava e doeu-me retomar o trabalho e ter de deixá-lo todos os dias, o dia inteiro, entregue a pessoas que, embora tivessem sido escolhidas por mim, não eram eu. Ponto final. A atenuar a dor, apenas o facto de o pai ter tirado a licença parental de uma semana, quando a licença de maternidade terminou, o que proporcionou uma adaptação gradual do Vasco ao novo espaço.

Aos três anos, mudámo-lo de escola. Por opção nossa, mas reticentes em relação à sua reacção.
Incentivámo-lo a gostar da futura escola e ele adorou-a desde o início. No primeiro dia apenas lá ficou umas duas horas, mas no segundo, quando cheguei para o ir buscar, ao fim de uma manhã inteira, veio contrariado; queria ficar mais tempo.

Agora, o Vasco mudou novamente de escola. Por razões absolutamente alheias à nossa vontade.
Tivemos de, num rompante, convencê-lo que seria bom para ele mudar de escola, quando nós próprios gostávamos tanto da anterior que nos vimos obrigados a um controle de emoções fora do normal para não chorarmos enquanto lhe dávamos a notícia.

Foi difícil vê-lo iniciar a escolaridade obrigatória fora do local onde nos sentíamos confiantes, com gente que adora os miúdos e se afeiçoou a eles, com métodos do nosso agrado e com os amigos que já tinham com o Vasco uma relação extra-escola. Aquela era a escola onde o sentíamos "em casa". Porque até nós nos sentíamos em casa.

No dia 15 de Setembro começou o primeiro ano de escolaridade do meu primeiro filho. Numa escola onde nem nos é permitido entrar quando levamos as crianças.
Numa escola onde ele não conhece absolutamente ninguém e onde os primeiros dias são de aferição do grafismo de cada menino.

Na antiga escola, onde todos caminham juntos há anos, as aulas começaram no dia 10 e os ex-colegas já aprendem as letras, enchendo páginas de cadernos pautados.
Os dois amigos mais chegados do Vasco, mesmo sem terem mudado de escola, choraram, perante a nova rotina e a ausência do amigo.

No entanto, o Vasco continua a ser o meu pequeno herói. E tranquilizou-me ao demonstrar que gostou da sua nova escola e que aceitou bem o facto de ir conhecer novos amigos e permanecer numa escola onde terá de amadurecer um bocadinho mais rapidamente.
Cá estarei para acompanhar os seus progressos e a proporcionar-lhe o convívio com os antigos colegas.

18 comentários:

Pipinha disse...

Ohh linda amiga, confesso que me emocionei a ler este teu texto! Parece que estou a ler a minha história. Já passei por isso também e o meu filho sempre se adaptou bem. Às vezes sentimo-nos receosas, como mães sensíveis e dedicadas que somos, mas os nossos filhos serão sempre os nossos heróis e são eles muitas vezes que nos ensinam grandes lições de vida. As mudanças que se têm dado na nossa vida têm sido para melhor e tenho um filho feliz. E isso é maior alegria que podemos ter. Vê-los felizes!
Força linda, o teu Vasco é um grande herói e vai com certeza correr tudo bem!
Boa semaninha com muito carinho, paz e alegria.
Beijinhos carinhosos e abraço meiguinho.

Peter Pan disse...

Lindíssima e Maravilhosa Amiga:
O Ensino não pode, não é sensato, ser anti-pedagógico e ser impessoal. Distante da afectividade e sentir dos progenitores repletos de cuidados e até angústias óbvias e sentidas.
Compreensivas.
Na anteror escola do seu filho era isto tudo.
Será que todos os Educadores não conseguem perceber nada dos afectos? Não entendem a beleza insegura do mundo infantil, evidente e normalíssima?
Sinto-me triste. Muito triste.
E, a sua integração de novidade perante colegas desconhecidos?
Há que rever atitudes e condutas, urgentemente.
Um filho é uma vida muito preciosa e magnífica
Entendendo perfeitamente o que diz.
Bj amigos.
Com um grandioso respeito.
Admiro a sua intensa lucidez.
Comigo encetaria tudo o que fez com o brio e a coragem de sobriedade sensacional.
Preocupante exemplo.

p.pan

Maria disse...

Como uma mãe como tu o Vasco só pode ser um pequeno herói. Saberá ambientar-se e estas "coisas" também o ajudam a crescer...

Um abraço enorme.
Gosto de ti, sabias?

Elvira Carvalho disse...

Sempre difícil o primeiro dia de aulas. Muito mais quando a escola é impessoal e não permite a interacção com os pais.
Que o Vasco se adapte e faça rapidamente amigos é tudo o que lhe desejo.
Um abraço

ANTONIO SARAMAGO disse...

É quase como se estivesse-mos a deixar uma criança entregue a si própria, ao seu destino.
Eu não passei por isso, pela balburdia de colocar o meu filho (quando foi altura disso)na escola, pois fiz o sacrificio de o colocar numa Escola Particular e onde pagava (na altura)doze contos mensalmente, mas livrei-me das confusões.

Meg disse...

Tempos estes difíceis, cruéis até para as crianças.
Tão longe nos parece o tempo em que os pais podiam escolher as escolas que mais lhes convinham, em função de tantas outras coisas, que não só o ensino em abstracto.
Se um pai não pode entrar numa escola, esta passa a ser uma espécie de prisão... ou estarei a ver mal a coisa?

Valente e corajosa amiga, para ti um abraço

Unknown disse...

Olá,amiguinha !...
Estou a conhecer estes livros de algum lado... São os do Vasco ? A Mariana usou-os no ano passado ! Este ano são diferentes mas ela disse logo que os anteriores é que eram "fixes" !...
Vais ver que o teu super herói se adapta facilmente e logo, logo faz novos amigos... As crianças têm essa capacidade - num instante fazem amizades...
Mas compreendo-te porque já passei pelo mesmo - o primeiro dia de aulas é, de facto, muito difícil para os pais...
Olha, na escola da Mariana também não deixam entrar os pais sem um motivo que justifique. Mas sabes, eu até não vejo mal nisso... É impossível as funcionárias da escola conhecerem todos os pais e/ou familiares e, ao permitirem a entrada deles lá dentro só aumentaria a confusão e a insegurança... Acredita que isso até é bom...
Vai contando as novidades...
Beijinhos e um bom ano lectivo para o Vasco

Sei que existes disse...

A vida é mesmo assim, sempre a avançar!...
Que tudo corra bem para todos!
Beijo grande

Nenúfar Cor-de-Rosa disse...

Calma, tranquilidade e muita esperança de que tudo vai correr bem! E na presença dos pais e da sua confiança, o teu pequeno herói vai-se sentir bem, aliás como comprovou! Deixa-me que te diga que o facto de na escola onde o teu filho andava se andar de forma mais rápida e estarem já noutra fase, não é obrigatoriamente melhor ou pior. Custa-me mais o não deixarem os pais acompanharem os filhos até à sala de aula, mas tb não é "péssimo", porque assim surge uma certa autonomia e independência dos pais!! Eu sei que agora é doloroso, mas ele está a reagir bem (pelo que contas) e acredito que há "voltas" que a vida dá, aparentemente para pior, gerando uma certa insegurança, mas no fim, vai-se a ver e até resulta de forma positiva. PENSA POSITIVO!! Beijo e muita muita força.

Anónimo disse...

Ano novo, vida nova, o teu pequeno herói começa assim uma nova etapa da sua vida apesar de todas as mudanças que está a passar.
Concerteza que todas estas mudanças o farão crescer, temos de pensar pelo lado positivo da vida.

Um abraço com amizade.

São disse...

Começa , de facto, a aventura maior para o teu filho e para vós.
Que ela seja plena de prazer e conquistas.
Um abraço para todos, linda.

ANTONIO SARAMAGO disse...

Não foi com agressividade e muito menos com intenção ferir.
Cada um tem de fazer o melhor pelos filhos.

A.Tapadinhas disse...

Emocionante o seu relato. Recordei alguns pensamentos que me cruzaram o espírito, quando as minhas filhas e eu enfrentámos uma situação semelhante. Ficou gravada na minha memória. Obrigado por partilhar esses momentos.

António

Pitanga Doce disse...

Às vezes os pais têm mais dificuldades em aceitar as mudanças do que as crianças. Eles se entrosam rápido e acumulam amizades e experiências. Vais ver que tudo vai dar certo.

beijinhos ao Vasco

Alexandre disse...

Novas descobertas, cada dia é algo de novo para eles nesta altura da vida e a escola e os amigos são fundamentais para eles crescerem como crianças e depois como pessoas!

Fizeste-me lembrar a minha entrada para a escola, hehheh - com as devidas diferenças!

Bom, o teu auto-retrato está divinal!

Muitos beijinhos, Filoxera!!!

Carminda Pinho disse...

Amiga,
o Vasco mostrou ser mais "crescido" do que é na realidade. À sua boa relação com a nova escola e amigos, não estará alheia a óptima mãe que tu és.

Beijos

Mulher Felina disse...

Uma página da vida dele que se vira.

Tiago Mendes disse...

Conhecer novas pessoas é um grande desafio. Ultrapassei isso no primeiro ano, e agora no décimo. O Vasco também ultrapassará :)

Beijinhos

Tiago.

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