No passo apressado da lufa-lufa matutina, vislumbrou, à distância, um vulto. Parecia o Afonso. Não, não devia ser. Há tantos anos sem se verem, seria coinciência improvável...
Prosseguiu, evitando olhar na sua direcção por mais uns passos, enquanto vasculhava memória e imaginação à procura das palavras que lhe diria se fosse, realmente, o Afonso.
Até que voltou a erguer o olhar no sentido do vulto. Um olhar bem dirigido ao esperado reencontro.
Era ele.
- Afonso!
- Vera! Que surpresa!
- Que é feito de ti, miúda?
Miúda é como quem diz, já não se viam há tantos anos!
A conversa fluiu, superficial como qualquer conversa apressada num contexto inesperado.
Trocaram números de telemóvel, prometeram ligar.
E agora, sentada à secretária, Vera voltava à lembrança recorrente da conversa tida alguns quinze anos antes. Aquela frase que ele largara e ela, por auto-limitações várias, não apanhara, embora quisesse tê-lo feito: "não havia de estar bem nesse colo, o gato... eu é que havia de gostar de estar aí...".
Uma insinuação deixada cair. A pesar no pensamento até ao infinitésimo dia.
6 comentários:
Grande encontro
Bela recordação Filoxera
Obrigado pela visita
Cordiais cumprimentos
Apesar de breve, gostei muito deste encontro de um qualquer quotidiano; parabéns!
Tenho andado fugida, ocupada em pequenas mas necessárias viagens, relativamente curtas, que me afastam do Blog(e dos Blogs) e até mesmo dos emails; para além disso, tive um "vírus" que não tendo deteriorado nada, era extremamente irritante, não me deixando trabalhar, principalmente pelo medo de poder transmiti-lo a outros/as.
Finalmente livre dessa praga, aqui estou para te deixar o meu recado e dizer que sempre que me seja possível, cá voltarei.
Beijos e até breve.
Maria Mamede
Curto, mas cheio de emoção.
Será que ele telefonou?
Ai, esta minha imaginação...
beijinhos e veludinhos, amiga
Encontros que fazem reviver tempos idos...
E... se..., tudo poderia ter sido tão diferente...
Beijinhos
Encontrar amigos que um dia nos marcaram e que por isso, ainda mais do que os outros, andam pela nossa cabecinha num vai e vem de saudade e muitaaaaa amizade.
Beijinhossssss
Em tempos li um romance que tinha algo de parecido com este reencontro. "Romance em Amesterdão" do Tiago Rebelo.
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