Não sou de céus nem de infernos. Não acredito na possibilidade de outras vidas.
Não creio na existência de almas, apenas em personalidades que se perdem.
Também nunca fui de dar por mim a pensar nos finados, termo que, aliás, me causa um certo desconforto.
Este ano, pela primeira vez, fui voando. Na garupa da minha imaginação, vi os meus fantasmas, como eu gosto de, carinhosamente, lhes chamar.
Todos os que já não estão neste plano, aqueles que me acompanham nos meus pensamentos mais frequentes. Sobretudo o meu amigo Vasco, que partiu tão prematuramente, e o meu pai.
Gostei de imaginar que estão a rir, num tempo intemporal onde não faltarão aviõezinhos de brincar e muitos livros e lupas com que acender cigarros. Que se sentem e contacto comigo de cada vez que pronuncio o nome do meu filho ou que me lembro das mãos do meu pai, do rasto de aroma a cachimbo. E que, de certa forma discretamente secreta, se congratulam ante a perspectiva de um reencontro que eu não espero, algures na imensidão do plano infinito.
Não creio na existência de almas, apenas em personalidades que se perdem.
Também nunca fui de dar por mim a pensar nos finados, termo que, aliás, me causa um certo desconforto.
Este ano, pela primeira vez, fui voando. Na garupa da minha imaginação, vi os meus fantasmas, como eu gosto de, carinhosamente, lhes chamar.
Todos os que já não estão neste plano, aqueles que me acompanham nos meus pensamentos mais frequentes. Sobretudo o meu amigo Vasco, que partiu tão prematuramente, e o meu pai.
Gostei de imaginar que estão a rir, num tempo intemporal onde não faltarão aviõezinhos de brincar e muitos livros e lupas com que acender cigarros. Que se sentem e contacto comigo de cada vez que pronuncio o nome do meu filho ou que me lembro das mãos do meu pai, do rasto de aroma a cachimbo. E que, de certa forma discretamente secreta, se congratulam ante a perspectiva de um reencontro que eu não espero, algures na imensidão do plano infinito.
14 comentários:
Uma forma muito tua de veres os teus fantasmas. Que são bons. Tipo fantasminhas.
Quem sabe, um dia, bem longe, ainda se encontram.
Beijinhos, querida
Cada um tem por direito de ter o seu crer ou não...
Cada pessoa tem o direito de ter a sua idiologia e vive-la conforme sonha.
Todos temos, de uma forma ou de outra, estes pensamentos. E quem não gostaria que o que descreves fosse realidade? Seria tão bom...
É bom imaginarmos que do lado de lá se ri e se brinca... é que por mais que pensemos que no que existe na outra dimensão, a verdade é que dos biliões de seres humanos que já passaram pela Terra não houve uma excepçao - Cristo? - que viesse contar como é...
O tema é pertinente e o teu texto está perfeito!
Não acabei de ler o teu post. Não consegui... desculpa.
Deixo-te um enorme abraço...
A pergunta era acerca da importância do estudo... podes encontrá-la no post do dia 1 de Novembro de 2007 :)
Tiago.
Olá minha Amiga, boa tarde.
Cada um acredita no que quer e as minhas crenças, são, algumas delas, o contrário das tuas.
Quanto às palavras com que definimos os nossos queridos que partiram, isso que importa? São apenas vocábulos que servem para classificar diferentes amores. No fim, tudo se encaixa...não importam religiões nem filosofias; importam somente os actos de amor.
Creio que existe um único Deus, chame-se-lhe o que se lhe chamar, um Espírito de Luz de onde tudo emana e para onde tudo volta, terminada esta viagem que é a vida. Também creio que Paraíso e Inferno são apenas estados de alma, de acordo com essa consciência cósmica de Bem e Mal que em nós existe; mesmo que queiramos ver-nos livres dela, é ela que nos diz da Lei do Retorno,(tu és o primeiro beneficiário de tudo, bom ou mau, que fizeres aos outros e em abundância te será devolvido). Daí, acreditar que "o lado de lá" poderá realmente ser uma festa!
Beijos Amiga e um resto domingo feliz.
Bj
Maria Mamede
Pois...é um dia sempre diferente...até para mim que não vou ao cemitério (recuso-me a ir lá com aquela gente toda, que mais parece que vai ver quem passa e o que leva)...
Mas lembramo-nos sempre daquelas pessoas de quem gostamos tanto e que nos deixaram, mesmo sabendo que não iríamos ficar bem sem elas...
Também eu dou comigo a ver os fantasminhas à minha frente, a ver o que fazem e o que nos diriam se cá estivessem...
De facto, há pessoas insubstituíveis e a quem não posso perdoar a ausência !...
É muita saudade...
que bonito... foi a descrição deste dia mais bonita que ouvi (li)!
beijinhos
Que bom que os imaginas assim e que bom seria se fosse essa a verdade da morte.
Eu não imagino nunca nada. Mas acho que também não quero imaginar nada.
A Lua sangra no celeste
Aprisionada está a razão
Olhos sem a virtude da luz
Uma fria pedra no coração
Um banco de jardim
É leito do rei da sarjeta
Almofada de encardido cartão
Acomoda esta carcaça inquieta
Bom domingo
Mágico beijo
Tamb+em eu não acredito nessa vida que nos espera depois desta...acerdito simplesmente nas pessoas que partiram, mas que me deixaram a sua diçura, a força das lembranças das coisas boas que me ofereceram enquanto o seu sorriso fazia parte do meu dia-a-dia...por isso foi para elas o meu dia de ontem
beijos
Rencontro com os que amei sempre que saio a pensar neles ainda comio ... porque permanecem sempre
Beijinhos das nuvens
A minha avó que infelizmente já faleceu a muitos muitos anos dizia: "se me quiserem oferecer flores façam no em quanto estou viva...depois de morta não interessa".
Tb não acredito que haja algo mais para além desta vida.
Como tal só nos resta viver cada dia como se fosse o último e amar todos aqueles que queremos sempre e para sempre ao nosso lado.
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