Tentei, re-tentei e voltei a tentar. Não me saiu um post especial.
Não há género especial, como os dias não são especiais porque sim, apenas por decreto.
Neste momento, sinto-me incapaz. Por muito que escreva ou sintetize, não conseguirei nunca descrever o que é ser mulher.
As dores, sejam elas de parto ou de amores.
A dedicação, que nos leva tantas vezes a protelar os nossos sonhos, a deixar marinar os projectos, a esquecer o embate dilacerante das tragédias pessoais para que não se tornem um desconforto familiar.
A determinação, que insiste em mover cordilheiras, extravasando os limites físicos, aparentemente frágeis.
A força. Infinita. Que faz levantar uma e outra vez, após cada tropeção nas irregularidades do caminho. Mesmo às escuras, mesmo sem uma mão para agarrar…
O amor. Incondicional. Ilimitado. Irracional.
As mãos. As mesmas que descascam cebolas, mudam fraldas, amparam velhos, que percorrem os caminhos do prazer, unhas pintadas de vermelho.
O choro e o riso. A gargalhada e as rugas de expressão.
O vestido que enaltece o ego, os sorrisos que se trocam, as flores que se recebem; ou não…
Tudo tão humano, tão unisexo. No entanto, tão inconfundivelmente feminino…
Calo-me. Porque as mulheres (quase) não choram e eu tenho uma amiga com quem começar este dia a conversar e a rir…