29 setembro 2010

Um dia partirei em viagem no tempo

E, ao partir, convido-te a embarcar

Zarparemos num veleiro guiado pelo vento

Numa busca infinita como o próprio mar



Um dia conseguirei comandar o tempo

Moldá-lo a um sonho onde apeteça ficar

Um sonho tão doce quanto o pensamento

Onde guardo a lembrança desse teu olhar



No dia em que conseguir parar o tempo

Ficaremos à conversa um serão inteiro

A amizade saboreada nesse momento

Embalado pelo mar do nosso veleiro

24 setembro 2010

Nos dias agrestes, sopraste-me palavras de alento

Conforto, calma, esperança, trazidas pelo vento.

Esboçou-se a simpatia que alimentámos, devagar

Fora do mapa, do tempo, fora, mesmo, do olhar.



Na leitura ou na conversa, a tranquilidade,

Como quem detém da vida a verdade.

O espaço que partilhamos, sem sabermos,

A vontade de mudar- basta querermos.



No tempo que acontece, o regresso de viagem

Cede ao desejo de cumprir esta paragem.

Partamos, pois, para essa conversa adiada

Porque a amizade começa com quase nada.

06 setembro 2010

Procuro-me.
Vivo numa prisão invisível, carcereira e encarcerada.
Sou mulher, humana, tudo e nada.

Analiso-me.
Sou coração, mais que razão, freio, menos que vontade.
E dou-me à vida, encarno a liberdade.

Calo-me.
Porque há palavras que ficam por dizer.
E respostas que pairam onde só tu as podes ler.

Contenho-me.
Guardo os olhares, as mensagens, os intentos.
Aprisiono o ímpeto de gritar aos sete ventos.

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin