26 novembro 2007

O momento mais romântico dos útimos tempos

Ontem.
Regressávamos a casa. Noite.
O carro subia a rua que antecede a nossa casa.
A lua, cheia, emoldurava o vidro da frente.
Na rádio, anunciavam o Jorge Palma. Encosta-te a Mim.
Parámos de imediato o carro. Ali, a poucos metros de casa.
Quedámo-nos no embalo doce da música romântica. No nosso calor.
E demos as mãos, numa pieguice linda.
Eu e os meus filhos.

25 novembro 2007

Lembras-te?


Evaporámos os anos. Foi-se o tempo que nos separou.
A conversa flui, as horas do contra, como naqueles anos.
Por momentos, as ideias borboleteiam em torno da vida visível, a do dia-a-dia apartado pelas circunstâncias.
E depois volta tudo. A areia não seca da onda que a banhou. A ondulação não pára, antes adquire novos ritmos. Traz consigo o aroma e a cadência de outros tempos. Envolve-nos nas histórias vividas no compasso da adrenalina juvenil, aproxima-nos e afasta-nos, simultaneamente. Sobretudo, estreita-nos.
Recordamos episódios caricatos, memórias estudantis, partidas da vida, quando esta se vivia descontraidamente, ao momento.
Foram risadas, noitadas, parvoíces partilhadas a conta-gotas. Passeios nocturnos e encontros diurnos, amigos comuns e cursos diferentes.
Num ambiente só nosso. Cão e céu nocturno testemunhas eventuais.
Cuplicidade além-fisionomia...
Escondemos cafés onde ninguém os viu, desatolámos carros e contámos estrelas em corridas de submarinos.
Deixámos os estudos a marinar para a noite pós-solar. Ou para o dia após essa noite.
Fomos aqui e não chegámos a ir ali, mas a espontaneidade esteve sempre do nosso lado.
Agora há assunto a sobrar do tempo. Tantas palavras por dizer... Mas também, dizê-las todas não foi, nunca, a nossa preocupação...

17 novembro 2007

Foi assim, o meu fim-de-semana


O caminho faz-se por um estado de alma em terra batida.
O Sol envergonha-se por não comparecer à nossa chegada ao monte perto de Beringel, onde uma casa branca debruada de azul nos aguarda.
A receber-nos, a amiga a toda a prova. E uma beleza de paisagem abraçando a casa.
Vizinhos, só os cavalos,as ovelhas, os patos, galinhas e outros animais. É tudo o que eu imaginava, sendo ainda muito mais do que idealizava. É a vontade de criar raiz aqui, o impulso de abandonar definitivamente a confusão e fundir-me nesta paz.
Respirar fundo e gravar na memória momentos de sossego e de Natureza.
O alpendre convida a um almoço grelhado, horizonte alargado ao infinito. Saboreia-se o porco preto e a companhia, amalgam-se planos para a tarde.
E, quando esta se anuncia, é tempo de pular a cerca. Entrar nos domínios das ovelhas, cuidadosamente. É que, enquanto procuramos as bebés, atentamos ao trilho percorrido; não queremos esmagar os ovos ocasionais que as galinhas esquecem por aí.
A lição sobre a expressão "carneirada" é uma aula prática e os ovos, esses, exibem-se, prontos a levar para casa.
Não há limite para a urgência de explorar o corpo desta terra, fértil de tranquilidade. Paredes meias com a casa, os equídeos reclamam mimos. Cumprimentam os forasteiros e saboreiam, pouco depois, cenouras oferecidas por mãos infantis. A pequenita quer entrar na esfera deles, agarrá-los.
O terreno é pródigo em matéria prima e alonga-se até onde os nossos olhos se estendem.
A curiosidade urbana conduz-nos ao encontro dos porcos e das cabras, o Vasco sentindo-se incomodado. A irmã, pelo contrário, exibe o tradicional interesse pelos animais.
A anfitriã nada deixa ao acaso; aliás, quem entra em casa apercebe-se que os pormenores não são descurados, embora o espírito da casa não seja de perfeccionismo, mas de funcionalidade, como convém.
Uma porquinha de Beja aguarda o nosso paladar, secundada por trouxas de ovos ebolo de laranja; laranjas e diospiros são presente da terra.
Na almofada de cama, o bombom apela ao descanso do corpo, não do paladar. Um raminho de margaridas contribui para o ambiente acolhedor do quarto e da casa.
O serão é passado na cozinha, moderna mas rústica, de lareira a acompanhar a conversa fluida e a leitura e escrita, iluminadas pelo fogo comum à lareira e às velas. Aqui, o tempo é de calma, amizade e partilha. A electricidade relegada para o aquecimento dos quartos e a ligação do computador em que inicio este relato apaixonado.
A manhã dá os bons-dias com a profundidade do silêncio, apenas quebrado pelo nosso assomo ao alpendre, na verificação do consumo dos restos por parte dos gatos que vadiam por aqui.
Há que aproveitar o que o campo nos oferece; assim, partimos à recolha de azeitonas, nozes e amêndoas, explicando a flora ao meu filho. Uma represa pontua de brilho o trilho por onde passamos.
As pedrinhas rolantes conferem musicalidade ao passeio e uma ou outra rasteira ocasional aos pequenos.
Encho os pulmões enquanto saboreio o momento, com a sensação de que poderia arrastá-lo indefinidamente sem dele me saciar.
Os estômagos caprichosos conduzem-nos de volta a casa. O almoço é pontuado por ideias, sugestões de passeios para a tarde e considerações sobre as localidades das imediações.
Decidimos, por fim, uma ida a local ainda desconhecido, ao encontro da água: Alqueva. E saímos, gravando na memória e no memory key a imagem deste reduto tranquilo.
O percurso é oportunidade para queimar os últimos cartuchos duma amizade à distância.
E fico presa à vontade de regressar, não só para desfrutar da rusticidade duma casinha linda, mas também para fotografar as paisagens alentejanas de amontoados brancos de construções térreas e de árvores pontuais ou conjuntas, emolduradas num plano ora azul e verde ora dourado-terra.
E chegamos à imensidão da planura líquida. Quebrada aqui e ali por harmoniosas ilhas no leito da barragem. Do lado posto, a estrutura técnica, pesada e eficiente. E, no exterior dos seus limites, a beleza da vegetação contrasta o colorido do meu deslumbramento.
Foi neste estado, meio poético meio saudoso, que me despedi da mais maravilhosa anfitriã que conheço, a minha amiga que me religou ao Alentejo materno.
No regresso, tentei registar na memória visual a magia do Sol de Novembro rasgando de tons rosados um céu amarelo pintado de nuvens azuis. E idealizei a escrita do restante registo deste fim-de-semana onírico bem real, enquanto a música atapetava a estrada de retorno.






13 novembro 2007

Perdas e ganhos

Esta música toca-me.
Toca-me quase tanto como as palavras que recebo aqui no blog, e não só, vindas daqueles que me lêem.
Aqui tenho ganho muito. Aprendo, treino, pesquiso.
Mas o que é realmente importante é que me identifico com alguns de vós, admiro estilos e personalidades. Prendo-me.
Perco-me na noite, guiada pela mão de quem me apreciou sem me conhecer. Esta parece-me ser a única "perda", a das horas de sono. Deito-me ainda com as vossas atenções, com os mimos recebidos.
Aqui sou, como hoje alguém dizia, eu própria. Aliás, a maioria de nós joga limpo. Primeiros posts pendurados na franqueza do anonimato, posts subsequentes alicerçados na cumplicidade do círculo habitual.
Já me admirei, já ri, sorri. Já fui esmagada pela apreensão.
Cantarolei, apoiei, comentei, recomendei.
E fui, e vou, mais longe.
Acompanhei, descobri. Corri blogs até aos primórdios. Dei-me a conhecer.
E fui conhecendo.
Inquietando-me com as tristezas e desilusões dos amigos.
Lamentando perdas.
Aplaudindo.
Aqui me fortaleci. Aqui me vulnerabilizo.
Porque faço o mesmo que na minha vida: mergulho a fundo, valorizo, acompanho, exploro, Apaixono-me, não retenho emoções.
Este é um post de inquietações, de sentimentos, de expectativas. Às vezes perdemo-nos, outras conquistamo-nos. Mas deixar de dar está fora de questão.
Quem me conhece sabe-o. Sensibilidade da cabeça aos pés. Capacidade de fazer manter frio o sangue quente.
Urgência de viver. Ânsia em conhecer. Porque a vida é para ser partilhada.

12 novembro 2007

Encontro dos bloguistas

Amigos da blogosfera:
A Blue Velvet e eu lançamos um desafio a todos: que tal um encontro de Natal, para cimentar o espírito participativo e, tantas vezes, solidário destas nossas reuniões escritas? Algures em Dezembro, talvez almoço ou jantar...
Que dizem?
'Bora aí fazer uma tempestade de ideias acerca do assunto? Aguardamos as vossas contribuições.
Publicaremos brevemente como a ideia tem sido recebida.

11 novembro 2007

Ainda tenho umas semanas pela frente para pensar o que seria o meu presente ideal para cada um dos meus amigos bloguistas. Quando tiver concluido esta lista, também a publicarei.

Carta ao Pai Natal

Então, se é assim, já com o consumismo a apelar ao Pai Natal, eu também me vou adiantar e pedir-lhe já as coisas que mais gostaria de receber neste Natal
































(Espero que o orçamento do Pai Natal seja generoso, ao contrário do meu...)
Ah! E se vierem roupas (interiores ou exteriores) e adereços também não calharia nada mal... Assim como um curso de Gestão do Tempo...

















-Não é vedade que o Pai Natal não tem tefone?

10 novembro 2007

Canoagem


Ando novamente com uma vontade enorme de fazer canoagem num dos próximos fins-de-semana.
A ver se desta vez não fico tanto tempo a desejar...
Não sei onde se faz, nem os preços, mas vou informar-me.

08 novembro 2007







Reclamação atendida: faltavam as legendas!
1ª foto: Maia. Chamo-lhe "O obelisco". Representa as freguesias da Maia.
fotos do rio Douro, passeando junto à Foz.
Últimas duas, no centro da cidade: Igrejas do Carmo e das Carmelitas. A torre é a dos Clérigos.





01 novembro 2007

Porto, aqui vou eu!


Adoraria poder passar agora pelos blogs de cada um de vós, meus amigos. Li os vossos comentários e não resisti a vir aqui deixar-vos este post. Para vos agradecer e para que saibam que vou, finalmente, matar saudades do Porto. Quase dois anos sem ir lá, eu que sou "tripeira" de coração!...
Por isso, tenho de me deitar e deixo aqui um beijo a cada um dos amigos da blogosfera, e a promessa de que irei saborear os vossos blogs logo que possível, algures na próxima semana.
Até já! (que era o que eu costumava dizer sempre que me despedia do Porto durante a minha infância e adolescência).

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