Então, espero que esta termine rapidamente. É que estou a chegar àquele ponto em que o número de pessoas empregadas que conheço deve ser pouco superior à quantidade de desmpregados em meu redor.
Hoje, mais uma vaga de despedimentos na indústria farmacêutica. Mais setenta e seis pessoas a ficarem sem emprego...
Mais colegas, alguns dos quais amigos, a juntarem-se ao clube a que ninguém quer pertencer.
Quem tem seguido este blogue sabe que me refiro frequentemente à indústria farmacêutica porque foi nesta que desempenhei a minha actividade profissional nos últimos dez anos em que trabalhei. Na barra lateral estão, aliás, diversos textos englobados nas etiquetas ligadas ao desemprego que o referem.
Por isso, não vale a pena dizerem "não é só na indústria, então e nos outros sectores?", pois eu sei perfeitamente que estão todos a "encolher"- basta andar há tanto tempo em busca de nova colocação...
A referência à indústria farmacêutica é emocional, no meu caso. Dez anos é muito tempo, como dizia a canção. É o tempo de nos familiriarizarmos com o ambiente, de nos afeiçoarmos ao trabalho, de criarmos laços com os colegas.
Se, no dia 24, vos dei conta dos despedimentos numa companhia à qual o vínculo emocional é grande, hoje é o dia de assistir a novos dramas destes naquela que foi a empresa onde trabalhei quase oito anos, até que esta, a gigante número um, deciciu dar prioridade ao despedimento de grávidas e lactantes, como era o meu caso.
Se, nos últimos anos, estas ondas têm sido uma constante, e nos últimos meses muitas companhias fecharam ou sofreram grandes reestruturações, tal não invalida que me sinta cada dia mais preocupada com a evolução desta tendência.
Se, nos últimos anos, estas ondas têm sido uma constante, e nos últimos meses muitas companhias fecharam ou sofreram grandes reestruturações, tal não invalida que me sinta cada dia mais preocupada com a evolução desta tendência.
Nem atenua a tristeza de ver, mais uma vez, colegas e amigos ficarem na mesma situação em que eu me encontro. Hoje, o meu coração atrofiou mais um bocadinho.
13 comentários:
Companheira, aqui te deixo o meu abraço solidário nesta fase complicada e que parece infindável.
Bem hajas!
Filoxera,
É dramática a situação daqueles que, seja por que motivo for, de encontram nesta altura desempregados. Chega a ser revoltante o que se passa no meandro desses processos, tantos deles duvidosos!!!
Um abraço
Minha querida
Tudo o que eu possa dizer não atenua nem o aperto do coração, nem a situação real do desemprego, hoje.
Sei que podem falar da crise e de tudo o resto, mas o que é facto é que as grandes multinacionais sempre fizeram o que quiseram aqui, com os sucessivos governos a baixarem-se às suas vontades.
Deixo-te um abraço, e a confiança que tenho em que isto vai mudar, porque tem de mudar.
Beijinho
Cada vez são mais, de facto; nesta altura, não há ninguém que não tenha um (ou mais do que um) amigo, ou familiar desempregado.
Cara Filoxera
Fui um dos que descobri aos 42 anos esse novo flagelo no dia 23 de Outubro na empresa que bem conhece.
O que me choca mais para alem da indiferença das multinacionais, algo que não é novidade para ninguem, é a indiferença com que nós trabalhadores vamos contabilizando os numeros e dizemos : olha hoje na Pf... foram mais x e na Seb.. mais y e na BM.. mais z e o que por aí virá.
Recordo hoje uma conversa que tive com um colega que me dizia que um padre amigo lhe confidenciava que os pobres de hoje andam de fato e gravata de dia.
Para mim já não tenho grande esperança mas espero que os meus filhos cresçam no mundo mais justo.
Como costumo dizer cada povo tem o País que merece.
Boa sorte para quem luta contra esse monstro.
Infelizmente, hoje ninguém está seguro. Seja engenheiro, advogado, arquitecto, caixa de supermercado ou empregada de boutique.
É como diz a Gi, todos conhecemos um caso muito perto de nós.
Parece que para o Banco de Portugal, não é bem assim...
"O Banco de Portugal considera que o desemprego de longa duração está a aumentar e justifica esse crescimento com o «generoso» regime do subsídio"
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1046569
Ai! o que eu gostava de os ver lá...nos Centro de Emprego, como nós...
Beijos amiga.
Doce Amiga:
O que se passa no nosso lindo país é lamentável, uma "falsa" democracia existente. Fico com as suas palavras:
"...Se, nos últimos anos, estas ondas têm sido uma constante, e nos últimos meses muitas companhias fecharam ou sofreram grandes reestruturações, tal não invalida que me sinta cada dia mais preocupada com a evolução desta tendência.
Nem atenua a tristeza de ver, mais uma vez, colegas e amigos ficarem na mesma situação em que eu me encontro. Hoje, o meu coração atrofiou mais um bocadinho..."
Preocupante de desespero e angústia.
Bj amigos com imenso respeito, amiguinha.
Isto tem que acabar um dia...
peter pan
A proximidade desses casos, aterroriza-nos todos os dias e faz pensar muito sobre o que o futuro imediato nos trará....
Beijinhos
Eu, ainda vou tendo o meu, mas nunca se pode dizer até quando!!
Hoje vi pela SIC que a Citroen (Mangualde) fechará por dez dias de dezembro. Caso ela "se vá" será um efeito cascata, pois várias Firmas no Conselho giram em torno dela.
Meu coração junta-se ao teu.
A indústria farmacêutica está entre os dez maiores segmentos econômicos do mundo. Por conseqüência, também um dos melhores em retorno financeiro, isto é, lucro. E, lucro ganancioso, a ponto de tornar as ações de algumas delas, semelhantes àquelas praticadas por Don Corleone e os seus amigos.
Conglomerados deste tipo, não renunciam a um centavo sequer dos seus lucros.
Um beijo!
E infelizmente segundo consta não vai ficar por aqui.
Trabalho na industria e cada vez mais somos meros números. As multinacionais fazem o que querem e ficam sempre impunes.
O lucro a todo o custo: não sobem as vendas desce o número de empregados (claro sempre os mais baixos na hierarquia).
Infelizmente algums amigos meus também estão no meio destes últimos despedidos, tal como eu estive e tu também num anterior processo de despedimento.
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