Encantar-me com um filme após ter lido o livro que esteve na
sua base não é coisa que costume acontecer-me.
Aconteceu agora. Com um filme de guerra. Uma poesia servida
na grande tela. Pintada em tons de preto e branco, fazendo-nos viajar na
cronologia e na latitude.
Impossível não me emocionar com o amor em tempo de guerra
daquele enredo que enredou a actriz Margarida Vila Nova enquanto lia para a
barriga. O livro já me fizera pele de galinha em certos capítulos. As interpretações
e a fotografia deste filme complementaram-no. Seguiram-lhe o compasso. Um compasso
lento, como lentíssimo era o tempo de quem foi arrancado ao amor recente, à
vida em semente, para ter de participar num conflito longínquo e por lá ficar
durante anos. Fieis ao sentir do protagonista, o ritmo e o tom da história. Um Ivo
Ferreira ao nível dum António Lobo Antunes: crítico, sensível, cru, apaixonado.
Como só alguns homens das artes sabem ser.
Um filme que aconselho, aos que gostam de pensar. E sentir.
1 comentário:
Muito bom!! Também fiquei encantada com o filme!!
Enviar um comentário