06 setembro 2016

Cartas de Guerra (no grande ecrã)



Encantar-me com um filme após ter lido o livro que esteve na sua base não é coisa que costume acontecer-me.
Aconteceu agora. Com um filme de guerra. Uma poesia servida na grande tela. Pintada em tons de preto e branco, fazendo-nos viajar na cronologia e na latitude.
Impossível não me emocionar com o amor em tempo de guerra daquele enredo que enredou a actriz Margarida Vila Nova enquanto lia para a barriga. O livro já me fizera pele de galinha em certos capítulos. As interpretações e a fotografia deste filme complementaram-no. Seguiram-lhe o compasso. Um compasso lento, como lentíssimo era o tempo de quem foi arrancado ao amor recente, à vida em semente, para ter de participar num conflito longínquo e por lá ficar durante anos. Fieis ao sentir do protagonista, o ritmo e o tom da história. Um Ivo Ferreira ao nível dum António Lobo Antunes: crítico, sensível, cru, apaixonado. Como só alguns homens das artes sabem ser.
Um filme que aconselho, aos que gostam de  pensar. E sentir.

1 comentário:

Graça Sampaio disse...

Muito bom!! Também fiquei encantada com o filme!!

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