O meu poema
O meu poema
Esconde rios de lágrimas vertidas
Nas searas da nocturna desilusão
Regando antigas mágoas, renascidas
Em madrugadas prenhes de solidão.
O meu poema
São as dores duma nova sepultura,
Cavada com braços firmes, feitos pranto,
Onde enterro os despojos da ternura
E acolho nova era de desencanto.
Mas…
O meu poema
Espelha todas as estrelas que no céu brilham,
A luz que permite um novo dia,
As brincadeiras infantis que se partilham,
Os arco-íris que dão ouro à alquimia.
O meu poema
Guarda as sementes de todas as esperanças,
A chuva batendo, de mansinho,
As cantilenas sorridentes das crianças
Em campos de alfazema e rosmaninho.
O meu poema
Revela um corpo aberto às sementeiras,
Dunas agrestes onde aportam gaivotas,
Estrelas cadentes e terras sem fronteiras,
Mapas velhos, contendo novas rotas.
O meu poema
É o cabo das tormentas já dobrado,
É a arte, o sonho, a força e a glória,
A boa esperança de te ter sempre a meu lado,
O brinde à conquista da nossa história.
1 comentário:
"Apetece-me um verso!
Mas não tenho pão em casa
e um verso sem pão não tem graça!"
Do melhor que tenho lido
depois de Aleixo
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