31 março 2014


Algumas histórias começam já a meio.
A deles era uma dessas.
Se falássemos dum livro, diríamos que as suas narrativas se encontrariam lá pelos capítulos centrais.
A umas páginas duzentas é que se aperceberam que as sua vidas haviam decorrido espartilhadas pelos limites dum criador sem imaginação nem arrojo, para quem a versão final em nada diferia do rascunho. Existências lineares, enredos amorfos onde a centelha do desassossego apaixonado nunca soltara chispas das que conferem magnitude à existência.
Tudo arrumadinho, a vida seguindo os ditames do aval das restantes personagens.
Foi nesse instante que decidiram desobedecer. Soltaram os grilhões que os prendiam ao autor insípido, rebelaram-se contra as opiniões das outras personagens, declararam-se autores da sua própria história.
Escreveram a própria narrativa, de improviso.

O melhor, da sua arrojada aventura, foi aquela sensação de transgressão quase permanente. E o mistério sobre o que estaria para vir…

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Pode ser o enredo para um romance...
Gostei da revolta das personagens e da tua narrativa, que é sempre boa.
Querida amiga Filó, tem um bom resto de semana.
Beijo.

Nilson Barcelli disse...

Vim à procura de mais...
Minha amiga, tem uma óptima semana.
Beijo.

Unknown disse...

Como sabes, eu sou mais dada à prosa do que à poesia.
É um bom começo. Ficamos à espera da continuação.
Bom fim de semana.
Isabel

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