Férias sem burocracias e questões a tratar, embora algumas tentem imiscuir-se nestes dias de pausa, após meses complicados e quando me esforço por dar espaço ao luto recente.
O Sol, aqui, despede-se sempre em tons de brilho suave. Não abafa. Promete, no entanto, um calor aconchegante para cada dia seguinte.
Continuo a ser a mãe cuja atenção as crianças reclamam em intervalos de escassos minutos, infalivelmente.
Mas sou uma mãe menos dispersa, aqui.
Não deixo de ser a cozinheira, porém os almoços são dos que menos me prendem ao fogão. E sempre servidos no terraço, disputados pelas abelhas, num ambiente florido, de cor e descontracção.
Fecho os olhos, deixo-me hipnotizar pelo canto das gaivotas. Viajo com elas.
Homenageio as espreguiçadeiras, lendo languidamente romances que me levantam os pés do piso demasiado duro do restante ano.
Por vezes detenho a atenção na piscina. Nos mergulhos. Nas brincadeiras. Nos risos. Nas pequenas escaramuças infantis.
Saboreio os finais de tarde amenos, tão diferentes dos que temos em casa, ventosos.
A vida passa a ser apenas isto, por uns dias. Este ritmo brando, os poucos deveres, os bons dias duma pequena comunidade que se reúne em torno da piscina, o carinho dos amigos recém-reencontrados, a troca de palavras de apreço com mãe e tia, ao telemóvel.
Tenho o Verão na pele. As cigarras como manto. O amor dos meus filhos.
Se a felicidade tem uma fórmula, é esta.
(Algures a Sul, 8/9/13)
2 comentários:
Uma estadia muito harmoniosa onde que quer que seja.
: )
Menina! Como é bom te ler e te ver assim!
beijos pitangueiros
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