25 junho 2009

Paixão: livros

A minha relação com os livros é uma relação de paixão. Paixão, sim.
É de prazer, de sentidos que falo quando me refiro a livros.

Começa pelo título. Certos títulos prendem-nos de imediato, pela originalidade ou pela presença de alguma palavra que nos desperta um qualquer tipo de alerta.

Continua pelo aspecto da capa. Esta, pode ser atraente ou não. Há capas fascinantes, mas outras, não o sendo, podem, com a mesma capacidade, atrair-me e incitar-me a penetrar no interior do enredo que aguarda que o explorem.

Depois, há a própria narrativa. Isto se falamos de literatura. Há histórias que apenas me prendem ao fim de algumas páginas, outras, raras, revelam-se áridas e acabo por deixá-las. Talvez mais tarde me saibam a novo sabor, mais apetecível, que despolete o tal "clique".
E há os romances que me deixam refém desde a primeira frase. Amor às primeiras palavras. É o caso do livro que estou a ler, O Planalto e a Estepe, do autor angolano Pepetela.
Começa “A minha vida se resume a uma larga e sinuosa curva para o amor” e estou certa de que brevemente saberei como termina esta história de um amor impossível, que me leva de Angola à Mongólia, passando por Portugal, pela então URSS, pela Argélia, por Cuba e não sei se mais algumas paragens onde a minha imaginação gosta de se passear.
Adaptando a frase de Pessoa às circunstâncias: "ah, que bom ter bons livros para ler!".

8 comentários:

Patti disse...

Comecei este ano a ler os angolanos, mais propriamente Ondjaki e Agualusa e tem sido uma surpresa. Já dos brasileiros e espanhóis sou fã.

Maria disse...

Creio que o primeiro livro de Pepetela que li foi MAYOMBE. Há mais de 30 anos, por aí...
Foi um livro que ofereci a todos os meus amigos.
A partir desse não perco nenhum. Até estou com medo de ir à fnac, porque já tenho uma lista quase do meu tamanho...

:))

Beijinhos

Gi disse...

É exactamente este livro que é o meu companheiro dos transportes nesta altura.

Aprendi com a Patti a ler muitos livros ao mesmo tempo.
Nos transportes trago os menos volumosos e em casa vingo-me nos mais volumosos.

Aindahoje no Facebook postei uma frase Pepetela deste livro: "Agarramos sempre uma esperança que passa na última nuvem".

Agarra-a, Filoxera!

Carlos Albuquerque disse...

Olá, Filoxera
Você tem o condão de mexer com as memórias de que gosto.Por isso aqui paro quando por cá passo.
Pepetela! - Artur Pestana dos Santos, abriu os olhos em Benguela, a cidade das acácias.Conheço-o pessoalmente. Leio-o desde o seu primeiro romance "Muana Puó" publicado em 1978, não imaginando então,nem ele nem eu, que viria a receber o Prémio Camões em 1997.Com ele conversei sobre inquietações comuns, como visões ideológicas e políticas, partilhei formas de estar na vida.
Se o encontrar leia "A parábola do Cágado velho". Infelizmente já o não tenho, mas vou tentar descobri-lo.
Pepetela não é só um romancista ou contador de histórias. Ele próprio é um livro que se lê com gosto sempre que com ele se fala.
Beijinhos

Filoxera disse...

Patti:
Lê "Lueji- Nascimento de um Império"- ficas a conhecer muito da cultura angolana, presente e ancestral.

Maria e Carlos:
"Mayombe", "Muana Puó" e "A Parábola do Cágado Velho" constam da estante, são dos muitos livros que gerdei do meu pai. Ficam na calha.

Gi:
Sempre há coincidências!

Beijos a todos.

Elvira Carvalho disse...

Confesso envergonhada que não conheço Pepetela a não ser de nome.
E fiquei com vontade de ler depois deste post.
Um abraço

Vera disse...

Querida Filoxera, nunca li Pepetela mas hei-de ler. A língua portuguesa escrita pelos escritores da CPLP agrada-me muito. Gosto de descobrir o que cada língua cria de novo para designar o que a língua-mãe já designou. Brasil Moçambique Angola já foram lidos mas ainda sem Pepetela!
Beijos Miúda ;)

Pena disse...

Oh, Preciosa Amiga:
Sim! A minha paixão pelos livros é recíproca a si.
Fazem-nos "cavalgar" rumo a mundos de sonho nunca imaginados.

Cada palavra deixada no meu "Cantinho" foi lida e relida com toda a atenção e ternura.

Uma atitude fabulosa e fantástica:o convite à leitura! Linda.
OBRIGADO por ser como é.
Beijinhos agradecidos e sempre a respeitá-la e a estimá-la

pena

OBRIGADO pela sua preciosa amizade.
Bem-Haja, amiga!

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