O cinzento do dia transferiu-se para o meu interior.
Já era cinzento a mais para o meu gosto. Ou tomava uma atitude rapidamente, ou sentir-me-ia afundar.
Levantei-me da inércia, disposta a deixar para trás a "telha". Ela que ficasse trancada em casa; eu, iria buscar o meu filho à escola mais cedo. Iríamos ambos à biblioteca.
Como qualquer criança, o Vasco, pode às vezes, chegar a ser cansativo. Mas não deixa de ser a melhor companhia quando toca a afugentar a neura.
Passei pela escola num voo razante; voltaríamos mais tarde, para o ensaio das marchas.
O percurso até à biblioteca foi medido em palavras cúmplices e planos de leituras e filmes.
Quando lá chegámos, à satisfacção do meu filho juntou-se a alegria que decorava as paredes da sala de conferências. Decididamente, a iniciativa de ir ali tinha sido a mais acertada.
De alto a baixo, cobrindo todas as paredes, telas pintadas por crianças a partir dos 2 anos deixavam-nos boquiabertos. Era tanto o colorido como a beleza. Aliados às cores, havia os materiais reciclados que compunham as obras infantis: tampinhas, conchas, areia, pausinhos, caricas, diversoso tipos de papel moldado. Saboreámos cada tela, lamentando apenas não ter possibilidade de fotografar aquele espectáculo.
A seguir, o périplo habitual: cada prateleira de filmes e de literatura infantil, depois a passagem pela sala da gente crescida.
Das nossas escolhas desta vez, aproveito uma para destacar como oferta para este Dia da Criança: o livro "Meninos Iguais a Mim", editado pela Civilização, e colaboração com a Unicef. Um passeio pelo Mundo, de mão dada com crianças dos diferentes pontos do globo, ricamente ilustrado com fotografias destes pequenos protagonistas, suas famílias, casas e ambientes de vida. Escolas, alimentação, animais, brinquedos, numa apresentação muliticultural que fará desta leitura uma agradável viagem partilhada com os nossos miúdos, sejam eles filhos, sobrinhos, afilhados, enteados, primos, vizinhos ou amigos.