31 maio 2008

Sugestão para o Dia da Criança


O cinzento do dia transferiu-se para o meu interior.
Já era cinzento a mais para o meu gosto. Ou tomava uma atitude rapidamente, ou sentir-me-ia afundar.
Levantei-me da inércia, disposta a deixar para trás a "telha". Ela que ficasse trancada em casa; eu, iria buscar o meu filho à escola mais cedo. Iríamos ambos à biblioteca.
Como qualquer criança, o Vasco, pode às vezes, chegar a ser cansativo. Mas não deixa de ser a melhor companhia quando toca a afugentar a neura.
Passei pela escola num voo razante; voltaríamos mais tarde, para o ensaio das marchas.
O percurso até à biblioteca foi medido em palavras cúmplices e planos de leituras e filmes.
Quando lá chegámos, à satisfacção do meu filho juntou-se a alegria que decorava as paredes da sala de conferências. Decididamente, a iniciativa de ir ali tinha sido a mais acertada.
De alto a baixo, cobrindo todas as paredes, telas pintadas por crianças a partir dos 2 anos deixavam-nos boquiabertos. Era tanto o colorido como a beleza. Aliados às cores, havia os materiais reciclados que compunham as obras infantis: tampinhas, conchas, areia, pausinhos, caricas, diversoso tipos de papel moldado. Saboreámos cada tela, lamentando apenas não ter possibilidade de fotografar aquele espectáculo.
A seguir, o périplo habitual: cada prateleira de filmes e de literatura infantil, depois a passagem pela sala da gente crescida.
Das nossas escolhas desta vez, aproveito uma para destacar como oferta para este Dia da Criança: o livro "Meninos Iguais a Mim", editado pela Civilização, e colaboração com a Unicef. Um passeio pelo Mundo, de mão dada com crianças dos diferentes pontos do globo, ricamente ilustrado com fotografias destes pequenos protagonistas, suas famílias, casas e ambientes de vida. Escolas, alimentação, animais, brinquedos, numa apresentação muliticultural que fará desta leitura uma agradável viagem partilhada com os nossos miúdos, sejam eles filhos, sobrinhos, afilhados, enteados, primos, vizinhos ou amigos.

26 maio 2008

Aos cinco anos e meio...

... a imaginação corre tanto como as pernas.
Com cinco anos e meio, os olhos acompanham a boca num sorriso corrido para os braços da mãe, quando chego à escola para ir buscá-lo.
É tempo de brincar à descoberta das palavras "iogurtes", "pão", etc, na lista de compras.
Com cinco anos e meio, vê, à tarde, um paquete no mar e o pai diz-lhe que se dirige para Sul. À noite, de repente, pergunta: "já chegou lá, ao Sul?".
Nesta idade, quer aprender a jogar xadrêz, mas não aceita quando perde no jogo dos quatro-em-linha.
Com cinco anos e meio, cria arte nos vasos da mãe. Naif? Pós-moderna? Não interessa.
O que interessa é que me faz sorrir em dias não-sorridentes.

21 maio 2008

Quero trabalhar



Sou empreendedora. Sou optimista e auto-confiante. Dinâmica. Perseverante.
Apesar de empregar quase todo o tempo à procura de emprego, em jornais e em sites nacionais e estrangeiros, ainda não me surgiu uma oportunidade adequada.
Mantenho-me activa, adaptei-me às circunstâncias, mas não me contento em ficar indefinidamente sem trabalho.

Sou licenciada em Relações Internacionais.
Comecei a trabalhar ainda durante o curso, como administrativa, na Parque Expo '98. Na mesma empresa, passei depois a responsável de loja, no aeroporto da Portela.
Mais tarde, fui secretária de direcção, noutra organização.
Ingressei, depois, na indústria farmacêutica, como Delegada de Informação Médica, onde permaneci dez anos, tendo passado por três multinacionais. Em qualquer uma delas, fiz diversas acções de formação, quer ao nível científico (anatomia, fisiologia, farmacocinética, farmacodinâmica…), quer ao nível da comunicação e vendas, sem esquecer a área informática.

O meu despedimento teve tanto de injusto como de ilegal. Mas adiante.
Agora, estou desempregada há algum tempo. Não desanimei.
Iniciei um projecto de investigação e dediquei-me à redacção deste. Fiz uma formação na área da Gestão. Ofereci apoio à escola dos meus filhos para iniciativas de promoção desta e de tentativa de angariação de patrocínios para um projecto a desenvolver.
E, como sei que todas as tentativas contam, deixo aqui um apelo: PROCURO TRABALHO.

As minhas áreas de preferência são:

instituições internacionais
relações públicas/comunicação
realização de eventos
turismo ou hotelaria
editoras livreiras
secretariado
vendas

bibliotecas

Não excluo, porém, outras, para as quais tenha qualificações apropriadas.
O meu email está no meu perfil e poderei, perante casos concretos, esclarecer questões relacionadas com alguma oportunidade de trabalho que me transmitam.
Desde já, o meu agradecimento a todos. Conto convosco para publicitarem esta minha vontade de regressar à vida profissional, não só dentro como, eventualmente, fora do país.

18 maio 2008

Nós comemorámos

o Dia Internacional dos Museus

visitando o Museu do Mar

e o Museu Condes de Castro Guimarães,


ambos em Cascais.
Os pais arejaram e os filhos adoraram as réplicas de peixes, golfinhos, tubarões e baleias, no Museu do Mar. O Vasco relembrou o rei D. Carlos, o mesmo que fundou o Aquário Vasco da Gama.
No segundo, apreciou como se viviam antigamente as famílias abastadas. Viu que, em vez de hi-fi, tinham um órgão de tubos, paredes revestidas de azulejos pintados à mão e forradas a tecidos brocados, mesas enormes com serviços em prata e aparadores em mármore, contadores vindos da Índia, com embutidos de formas variadas. E tectos altos, de madeira ricamente pintada.
A visita terminava com a oferta de umas areias de Cascais (o bolinho tradicional, à base de manteiga) e chá, uma vez que o Museu apresenta, a cada quarto de hora, o relato da história do chá.

16 maio 2008

Quero lá saber!

"Quero lá saber" é só outra forma de nos referirmos ao que não nos importa. E foi o título mais original que me ocorreu para dar ao desafio que a Carminda me lançou desta vez.
Consisite em enumerar seis coisas que não me importem.

Carminda, felizmente não me pediste para enunciar coisas com que me importasse, pois aí a lista nunca mais acabaria.

Então, cá vão, depois de matutar:
1- Não me importo se os outros me censuram, desde que eu esteja em paz com a minha consciência.
2- Não me importo de não ter a casa sempre arrumada, é sinal que a casa tem vida.
3- Não me importo que as pessoas não se lembrem de uma data especial; importo-me se se esquecerem do que é ser-se amigo.
4- Não me importo de não ler um livro até ao fim. Ou me dá gosto lê-lo, ou largo-o. Ler é prazer, a não ser que motivado por razões profissionais.
5- Não me importo de não conseguir mostrar-me sempre radiante e maravilhosa. Preocupo-me com o aspecto, mas não me sacrifico por ele.
6- Não me importo de não poder proporcionar muita coisa aos meus filhos, desde que tenha condições para lhes dar o que realmente importa: amor, saúde, educação, orientação, auto-estima e apoio incondicional.

A ideia é repassar o desafio a seis bloguistas.
Convoco:

O Tiago, das Reflexões Exteriorizadas
O Alexandre, Fundamental nas Tranversalidades
A Blue, dos veludos e cetins
O Pena, sensibilidade ao serviço do ensino
O António Inglês, se conseguir uns instantes para responder, pois o António publica diariamente posts que exigem pesquisa e elaboração demorada
A Jasmim, do quintal da nossa blogosfera

Darão seguimento ao passatempo se quiserem; se não, não me importo nada, que é como quem diz, amigos como dantes.

15 maio 2008

Dia da Família


Família: conceito de carácter emocional, tantas vezes secundarizado.

Hoje, 15 de Maio, comemora-se o Dia Internacional da Família.
E há tanto a fazer ainda, em prol das famílias...
Por exemplo, como podemos deixar que continue a haver milhares de crianças sem uma família, e lares de acolhimento, quando há tantos candidatos a pais em espera da conclusão de processos tão burocráticos que dão aos adoptantes tempo para desesperar?
Famílias que adoptam e são desmembradas quando os dadores da semente se lembram que agora já querem ser cidadãos responsáveis e pais exemplares, a ponto de darem às crianças o maior abalo das suas vidas- retirá-las dos seus pais de sepre, que as amaram e as sente suas?
Ao mesmo tempo, nas situações de violência doméstica deixam-se arrastar maus-tratos até ao ponto fatal, ou pega-se na vítima ao fim de n tentativas de assassinato e dá-se-lhes uma nova vida, mas uma vida de fuga e de não-identidade, num local absolutamente novo, longe das referências emocionais, em vez de se enjaularem os agressores.
Mas há as famílias ditas normais, onde nada disto sucede.
Famílias que apenas querem continuar a ter o que as caracteriza como família: amor, casa, união, segurança, educação.
A dificuldade começa logo na gravidez. Nos subúrbios dos centros urbanos, procuramos um berçário, ainda a emio da gestação, e dizem logo que já devíamos tê-lo feito. Há listas e listas de espera. Quem não tem avós a quem deixar os bebés, paga uma fortuna por mês para que alguém fique com um bebé de 4 ou 5 meses que nós gostaríamos de cuidar mais uns tempos.
A pressão de algumas empresas, para que se regresse ao fim de 4 e não 5 meses. Ou a não renovação do contrato. Ou o despedimento, de grávidas e lactantes, que, mesmo ilegal, grandes companhias conseguem levar a cabo, com pareceres positivos da CIT, imagine-se! Ao invés da lei e contrariando a tradição...
O facto de a licença parental de 15 dias após a licença de maternidade ser facultativa não ajuda nada- muitos pais são pressionados a não a gozarem.
Não há escolas oficiais para bebés, dificilmente há vagas no pré-escolar e os meninos que deviam entrar para o 1º ano não entram se têm a infelicidade de ter nascido após 15 de Setembro.
Já crescidinhos, muitos filhos vêem as festas escolares desenrolarem-se uma e outra vez sem a presença dos pais, já que a vida profissional o não permite.
E milhares de crianças só estão com os pais ou familiares uns minutos por dia, devido às horas de trabalho e deslocações... Minutos de desgaste, num final de dia esgotado. Liga-se a tv enquanto se põem em marcha as tarefas domésticas.
E felizes as famílias que não foram apanhadas pelo tsunami do desemprego, aliado à subida das taxas de juro. É ver os nervos à flor da pele, as crianças a ouvirem gritos de quem desespera, os pais a tentarem garantir os bens essenciais e não perder a casa.

Família: que futuro te aguarda?

14 maio 2008

Resposta de empresa a candidatura e resposta de candidata à marcação de entrevista

(ler de baixo para cima)

Exmos Senhores:
Apercebo-me, neste e-mail que recebi da M……., de duas questões:
A primeira, que a M……. não é, de todo, uma companhia organizada. Parece-me que devem começar por recrutar alguém que possa, efectivamente, ajudá-los na organização de uma agenda, nomeadamente para estes casos, em que entrevistam potenciais colaboradores. Mas, claro, também sempre que contactam parceiros de negócio, a gestão do tempo é crucial.
Em segundo lugar, e receio que seja um preconceito comum, partem do princípio de desempregado=desocupado…
Agradeço o contacto e a tentativa de marcar uma reunião. Um dia destes, se conseguirem comprometer-se com um horário para a mesma, talvez eu tenha interesse em comparecer.
Com votos de sucesso para a M……, subscrevo-me e apresento os melhores cumprimentos,


(meu nome)


De: mailing…..
Enviada: quarta-feira, 7 de Maio de 2008
Assunto: Marcação de entrevista
Importância: Alta

Exmo(a). Senhor(a),

Agradecemos o envio da sua candidatura.
Por motivos excepcionais, derivados de um elevado volume de candidaturas recebidas, não poderemos confirmar-lhe uma hora específica para a sua entrevista. Contudo, a sua entrevista com o Administrador Delegado da M…… é garantida. Convidamo-lo, então, a comparecer na nossa sucursal sita na Av..., n.º …, Lisboa, no próximo dia 27 de Maio, entre as 14h e as 18h30, ou se preferir, no próximo dia 28 de Maio, entre as 9h30 e as 18h30, para que possamos entrevistá-lo.
Garantimos que não abandonará as nossas instalações sem ser entrevistado.

Esta entrevista inicial terá a duração de cerca de 10 minutos.

Por favor, queira ler com atenção a mensagem abaixo:

Dear Applicant.
Thank you for making an application to M......
I trust you have viewed our website www......Please visit
www.......com to learn about the international Group we are part of.
“First impressions last forever” - At this first interview I am looking for you to impress me with a short presentation about yourself, your career so far and what your ambitions are for the future. I also require you to present your understanding of M...... and the market in which we work.
If I am suitably impressed you will be invited for a second (and longer) interview where we would discuss in detail your potential role. The details for this 2nd interview would be confirmed within one week of this first interview.
I look forward to meeting you.


Regards,
J........
Administrador Delegado


Sem outro assunto, envio os melhores cumprimentos,
D........
Human Resources Manager

09 maio 2008

9 de Maio, Dia de Europa

No seu "optimismo" habitual, a minha mãe chamou-se, pouco depois de ter atendido o telefone.
- Chega aqui ao telefone. Estão a dizer que ganháste uma viagem, deve ser alguma amiga tua na brincadeira...
Não era.
Eu tinha concorrido a uma iniciativa lançada pelo Parlamento Europeu e os prémios eram, precisamente, viagens a instituições da comunidade europeia. E foi através deste telefonema que soube que ganhara a viagem, a Estrasburgo e Paris.
Não cabia em mim de contente, aliás a alegria foi logo denunciada pela senhora que me ligou, satisfeita por sentir a minha reacção.
- É que nunca ganhei nada- expliquei-lhe eu. Além de adorar viajar e estar em vias de partir para locais onde nunca havia estado.
Após inúmeros sobressaltos, já que a universidade não parecia disposta a marcar-me novas datas para as frequências agendadas, a relutância da direcção do curso (precisamente Relações Internacionais) lá foi posta de parte ao verem que eu me dirigi novamente à secretaria, desta vez com uma declaração da Presidência do Conselho da Comunidade Europeia.
A noite anterior à partida foi passada na pousada de Catalazete, em Oeiras, donde a camioneta arrancou às sete da manhã daquele sábado, dia 1 de Junho de 1991.
Foi uma viagem de turistas de pé quase descalço; éramos miúdos entre os 14 e os 18 anos, a quem, à hora da refeições, eram dadas quantias curtas demais para os preços praticados quer em Espanha, quer em França.
As amizades foram surgindo espontaneamente, a um ritmo alegre e entusiasmante.
Durante a viagem, saltou-nos à vista a qualidade das auto-estradas espanholas e francesas e o cuidado que o arranjo das culturas, de cereias e girassóis, denotavam.
Em Estrasburgo, ficámos instalados no Centro Ciarus para a juventude, perto do Palácio de Justiça.
O dia 3 foi passado no Parlamento Europeu, com muitos outros grupos de jovens provenientes de outros países comunitários. Houve uma sessão plenária e trabalhos realizados em comissões, constituidas por elementos de diversos países membros. Tudo em Inglês ou Francês.
Foi um dia memorável, encerrado ao som do Hino da Alegria.
À noite, após um passeio a pé até à zona da catedral, embarcámos num passeio de barco pelos canais. Eufóricos, acreditávamos estar a viver um sonho. Arquitectura notável, harmonia entre o betão e a água, pontes movediças.
A noite foi até bem tarde; dormir não era, propriamente, prioridade.
O dia seguinte rumou a Paris. Na realidade, a pousada onde ficámos era em Athis-Mons.
Assim que nos instaláos, partimos logo rumo à gare, para irmos ver Paris-by-night.
A catedral de Notre-Dame, o Hotel-de-Ville, a Bolsa, a cabeça branca junto ao Centro Pompidou, o Museu do Louvre, a Torre Eiffel, tudo nos deixava encantados.
Regressados ao Auberge de Jeunesse Athos, a animação durou ainda por mais umas horas.
O dia 5 foi para conhecer a Cidade-Luz. Subimos a Torre Eiffel, visitámos o Arco do Triunfo, rimos e percorremos tudo o que o tempo nos permitiu.
Foram dias de festa permanente. Uma aventura inesquecível.
Ainda hoje conservo, além das boas memórias desta excursão proporcionado Conselho Europeu, amizades que perduraram. E fotografias, claro.

A Nona Sinfonia de Beethoven, com que acompanho este post, remete-me, de imediato, à emoção desta viagem.




05 maio 2008

Prémio Liberdade Florida

A Maria, d'O Cheiro da Ilha, e a Carminda, do Fórum Cidadania e o António Inglês, do Por Entre Montes e Vales, atribuiram ao Escrito a Quente este prémio, que me deixou mauito babada por três razões: por se tratar de um prémio atribuído a blogues que, de alguma forma, promovam o valor "Liberdade", que, como sabem, para mim é um conceito primordial, um bem de primeira necessidade. Também me agradou a imagem, da bicicleta florida, ligando a liberdade à Natureza. E, em terceiro lugar, mas de importância capital, senti-me honrada por receber este prémio das mãos deles. Porque a Maria é, na minha opinião, alguém com valor, alguém íntegro, que sabe o significado da liberdade, que conhece a vida. A Carminda brinda à liberdade e à consciência cívica diariamente. O António Inglês tem uma capacidade intelectual tão vasta quanto a sua sensibilidade. São todos, portanto, pessoas especiais.


Assim, a par do meu agradecimento a todos, vou deixar aqui as nomeações dos blogues a quem repasso esta distinção. Sei que alguns já o terão recebido, mas nem eu conheço todos os blogues da blogosfera, nem o meu tempo me permite rever todos os posts daqueles que costumo visitar.
E a bicicleta florida da liberdade vai para (por ordem alfabética):

Blue Velvet- A Blue diz, sem papas na língua, o que temos de podre e de preconecituoso na nossa sociedade. Mesmo quando lhe dá para a narração, aborda temas que outros consideram tabús.


Chuviscos- o José Gomes mantém-nos sempre a par de iniciativas culturais relevantes. E a liberdade passa pela cultura.

Começar de Novo- o que de melhor e de pior temos na vida, num blogue que prende. Cinema ou literatura elogiados, injustiças e vergonhas públicas denunciadas.

Fórum Cidadania- os posts e os links da Carminda são odes à liberdade e à consciência cívica.

Fundamentalidades- o Alexandre destaca as datas e iniciativas culturais ou de luta e escreve sobre temas de interesse social.

Instantes da Vida- a Amigona demonstra que liberdade é consciência e consciência é interajuda. Solidariedade que não soa a caridade, mas rima com dignidade.

Kant-o-Ximpi- o Victor demonstra que liberdade é conhecer, estudar, para depois expor, criticar ou elucidar. Trabalhos quase exaustivos, com qualidade.

A Recalcitrante- pela reflexão a que alguns textos da Meg nos conduzem, pelo abanão de consciências, pelo enlevo de certas poesias dos seus posts.

São- A São agarra um tema, elucida-nos sobre o seu ponto de vista, destaca a sua importância e move-se com total liberdade de um tema para outro.

Sophiamar- uma voz pela liberdade, pintada em tons de beleza.

04 maio 2008

Dia da Mãe

O Dia da Mãe é dia duplamente simbólico, para mim. Tenho a minha mãe e os meus filhos, o que lhe confere esta dupla perspectiva.
É sobre a minha mãe o post de hoje.
A minha mãe foi sempre a minha maior referência de amor. Carinho, dedicação e preocupação.
Não vou oferecer-lhe nada além destas palavras e do meu carinho, neste dia. Mas sabemos ambas que o amor está presente em todos os momentos, por mais diferentes que sejamos nas nossas maneiras de ser.
Pensar na minha mãe é pensar no afagar da roupa de cama ao deitar, no enlevo empregue na confecção da mais simples refeição ao mais elaborado bolo, é recordar o cuidado na elaboração culinária que apresentava nas diversas vezes em que a mesa se enchia de amigos. A minha mãe saboreava cada momento de convívio, quer com estes quer com os netos adoptados e presenteava-nos a nós, os da casa, com sobremesas deliciosas em cada fim-de-semana.
As minhas festas de aniversário eram as mais surpreendentes de todo o meu círculo de amigos. Muitas crianças, mesas repletas de beleza.
Não tive a sorte de conhecer nenhuma das minhas avós. A minha mãe também não. Hoje, é com grande satisfação que saboreamos a experiência de vermos a relação dela com os meus filhos tornar-se cada dia mais forte. Com ela terão o exemplo de alguém que sempre tenta fazer por melhorar um bocadinho a vida das pessoas à sua volta.
Para a minha e para todas as mães, um feliz dia.

03 maio 2008

O António Inglês, do blogue http://porentremontesevales.blogspot.com, apresentou-me um novo desafio, que consiste em responder às seguintes palavras:

Qualidades – Positiva, determinada, perseverante, amiga

Defeitos – Ansiosa, cáustica

Gostos – Leitura, escrita, convívio, Sol, praia, cinema, riso, chocolate negro...

Não passarei – Sem ir um dia conhecer, pelo menos, uma parte do Brasil

Detesto - hipocrisia, injustiça

Pessoa – Nélson Mandela

Família – O mais importante na vida, a par daqueles dois ou três amigos esenciais

Homem – Dois: o meu pai e o meu filho

Mulher – Duas: a minha mãe e a minha filha

Sorriso – os das crianças em geral e os de quem amamos

Perfume – Truth (CK)

Carro – Gosto do que tenho, mas não é propriamente o dos meus sonhos…

Paixão – Vertigem arrebatadora

Amor – FulcralOlhos – os da minha filha. Os do Vasco também são lindos, mas os dela foram uma surpresa em azul puro

Sal – importante no antigamente, como moeda de troca ou meio de conservação, agora torna-se inimigo público

Chuva – Não gosto. Experimentem sentar duas crianças no carro, fazer com que sosseguem enquanto lhes prendem os cintos e se molham, meio dentro, meio fora do carro… Mas reconheço a sua importância

Mar – Imensidão azul, beleza em liberdade

Livro – O meu amor pelos livros é polígamo; destacar um seria trair muitos outros

Filmes – ver “o meu perfil completo”

Músicas – Tantas… depende do estado de espírito

Dinheiro – Já nem sei o que isso é; não sei mesmo se não será bicho extinto…

Silêncio – É de ouro

Solidão – Essencial, na devida medida

Flor – Muitas. A preferida é a coroa imperial, rosa com as folhas debruadas a branco

Sinceridade – Qualidade preciosa, às vezes perigosa

Sonhos – Sem eles, não vivemos

Cidade – Porto. E tantas outras, algumas que nem conheço

País – Conheço alguns, embora não ao pormenor. Não me sinto capaz de distinguir um

Não viver sem – saúde, amor, actividade intelectual

Nunca deixar de – ser eu própria

Deixo o desafio a:

Começar de Novo
Blue Velvet
Sophiamar
Pena
Maria, com Cheiro a Ilha

E a quem o quiser agarrar

01 maio 2008

Infeliz dia do trabalhador

Felizmente que é feriado.
Assim, o senhor engenheiro faz uma pausa no seu excelente trabalho (o que, pela qualidade do mesmo, só beneficia o país).
E vem lanchar comigo. Isso mesmo. O chefe do governo vem comer um pão com manteiga e beber um chá. Lanche simples, que o rendimento não dá para lhe oferecer mais.
Vai esclarecer-me acerca daquelas questões que não lhe tiram o sono mas deixam insones tantas famílias portuguesas.
Se começar por perguntar-lhe se considera admissível uma multinacional da indústria farmacêutica (por sinal, a primeira no ranking de vendas) despachar grávidas e lactantes com resultados de trabalho comprovadíssimos, o senhor engenheiro talvez se engasgue.
Deixá-lo-ei recompor-se e, então, indagarei se tem conhecimento que a Comissão para a Igualdade no Trabalho ainda se atreve a emitir um parecer positivo acerca de tais despedimentos.
Mais: corrobora-os já fora de prazo, dado que o parecer tem de ser solicitado antes de a empresa nos apontar o caminho da porta.
O pão já custa a passar-lhe pelo gargalo. O senhor primeiro-ministro denota um certo desconforto. Talvez um pouquinho mais de chá, para ajudar a "empurrar" o pão...
Mas não; lamento, o orçamento familiar não o permite.
Aproveito e altero o rumo da conversa. Sabe o que são empréstimos à habitação? Sabe.
Menos mal. Então saberá que estes oscilam consoante as danças da taxa de juro, que, danadas para a brincadeira, optam por um ritmo cada vez mais acelerado.
E sabe que a rede de escolas públicas não satisfaz a necessidade da população portuguesa e, portanto, grande parte desta tem os filhos entregues a instituições particulares e cooperativas? Pois.
Agora, senhor engenheiro, esclareça-me: perante a subida das taxas de juro, o aumento do preço dos bens essencias, a começar pela alimentação, dos combustíveis e transportes, dos serviços indispensáveis ao funcionamento de uma habitação familiar, imagina o quanto os portugueses estão estrangulados? Certo...
Por fim, senhor chefe de governo, se o português em situação estável já não sabe que voltas dar aos números para cumprir as suas obrigações, diga-me: o que farão os desempregados?
Que remédio nos trará para o sono que nos foge?
Para a casa que um dia nos pode vir a faltar?
Para o ensino dos nossos filhos? Diga-me porque é que temos de obrigar crianças de 5 anos, que já sabem todas as letras do alfabeto e até se exercitam a fazer contas e estão ansiosos por aprender mais, a repetir a pré-primária só por terem tido a infeliz ideia de nascer após 15 de Setembro?
Explique-me tintim-por-tintim como é que se designa uma política por "protecção no desemprego" se as medidas que a constituem parecem ser destinadas a enxovalhar-nos?
O senhor engenheiro, numa lembrança súbita, consulta o relógio e balbucia um pedido de desculpas; tem um compromisso inadiável dentro de poucos minutos.
- Falaremos mais noutra oportunidade...
- Pois... Um feliz dia do trabalhador para o senhor engenheiro.

Mais d'"As Portas que Abril Abriu"

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho

(José Carlos Ary dos Santos)
O dia 1 de Maio em Portugal devia ser objecto de nova nomenclatura: em vez de Dia Internacional do Trabalhador, este passaria a ser o

Dia Nacional do Desempregado.

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