Ainda espero surpresas.
A vida trouxe-me quase tudo em doses significativas.
Surpresas incontáveis, desilusões violentas.
Mantenho a capacidade
de me surpreender. E gosto de demorar a atenção sobre quem aprecio.
Alguns sonhos, daqueles que temos enquanto dormimos,
assemelham-se a cenas de cinema.
Em estado de vigília também sonho. Não com o que é material.
Sonho com o que se vive.
Uma viagem que repõe o espírito no estado lírico.
Um encontro adiado, que acaba por se arrastar no tempo e no
espaço.
Uma dança a dois, improvisada na rua.
Um sorriso cúmplice de alguém desconhecido.
Uma mão que segura a nossa, pondo a alma a nu.
Uma paixão que nos leve à cama por dois dias.
Um abraço prometendo um final feliz para uma questão
preocupante.
Sonho com o que se vive.
E ainda aguardo surpresas.