Espero-te.
O silêncio pesa, as horas arrastam-se na ausência de ti.
Não há o aroma que me desperta o desejo, desapareceu o brilho dos momentos sonhados, depois vividos. Na entrega, na sensualidade, na doçura. Acarinhando rostos, corpos, existências, vivemos na expectativa de um tempo só nosso.
Experiências de toques, promessas de evasões.
Abraços que eram forças, sentidos que eram mais que cinco, porque a fusão era mais que tacto. Eram banhos a dois, palavras sussurradas. Um beijo, e outro, e outro, à luz das velas, ao som dos prazeres gemidos.
Espero-te.
Fomos guerras de pernas e tréguas de amor. Segredos confessados numa intimidade cúmplice, onde cada hora durava apenas um segundo.
A emoção do improviso esfumou-se, a paixão adquire bolor numa gaveta abandonada.
Fazes-me falta. A mim, ao meu corpo, aos meus dias.
Espero-te.
Mesmo sabendo que não virás.